
A Arquidiocese de São Paulo arquivou a investigação sobre o padre Júlio Lancellotti, denunciado pela presidência da Câmara Municipal da cidade usando vídeo fake. O conteúdo usado para embasar a denúncia mostra um homem se masturbando e é atribuído falsamente ao religioso.
O vídeo já havia sido analisado em 2020 pelo Ministério Público, que também arquivou a denúncia contra o religioso com base no conteúdo. A arquidiocese cita a decisão tomada há quatro anos e afirma “não ter convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia”.
“Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados”, diz a Arquidiocese em nota. O padre tem sido alvo de uma onda de fake news que o acusam, sem provas, de abuso sexual e pedofilia.
Ele tem sido alvo da campanha desde que o vereador do MBL Rubinho Nunes (União) criou um requerimento de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigá-lo.
Leia a nota na íntegra:
A Arquidiocese de São Paulo, mediante ofício enviado por e-mail ao vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, no dia 6 de janeiro, protocolado na Câmara Municipal no dia 8 sucessivo, solicitou-lhe que fosse enviado o material referente à suposta denúncia contra o padre Júlio Renato Lancellotti. Finalmente, na tarde do dia 22 de janeiro, o material foi entregue na Cúria Metropolitana de São Paulo.
Tomado conhecimento do material recebido, constatou-se que se trata do mesmo conteúdo divulgado em 2020. Naquela ocasião, a Cúria Metropolitana de São Paulo, conforme prescrevem as normas da Igreja para esses casos, realizou um procedimento investigativo para apurar a denúncia recebida.
Concomitantemente, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) passou a investigar a dita denúncia, conforme inquérito aberto junto ao Setor de Atendimento de Crimes da Violência contra Infante, Idoso, Pessoa com deficiência e Vítima de tráfico interno de pessoas. O MPSP, considerando ausência de materialidade, a seu tempo, emitiu parecer contrário à instauração de uma ação penal, acompanhado pelo D. Juiz que decidiu pelo arquivamento do inquérito.
A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do MPSP, bem como da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé.
Distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados.
São Paulo, 23 de janeiro de 2024.
Padre Michelino Roberto
Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo
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