Arquidiocese de SP diz estar “perplexa” com CPI contra padre Júlio

Atualizado em 3 de janeiro de 2024 às 21:48
Padre Júlio Lancellotti com expressão séria
Padre Júlio Lancellotti se tornou alvo de CPI – Reprodução

A Arquidiocese de São Paulo expressou, nesta quarta-feira (3), sua “perplexidade” diante das notícias relacionadas à possível instalação da CPI das ONGs pela Câmara Municipal de São Paulo. A instituição destaca que esta CPI parece ser, na prática, uma comissão direcionada ao Padre Júlio Lancellotti, ao movimento A Craco Resiste e ao Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto.

A Arquidiocese ressaltou o relevante trabalho desempenhado pelo Padre Júlio Lancellotti como Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua. Ele coordena, articula e anima diversos serviços pastorais dedicados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade.

“Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade”, destacou a Arquidiocese.

Rubinho Nunes com expressão séria, de perfil
Rubinho Nunes pediu abertura de CPI – Reprodução

O pedido de abertura da CPI foi apresentado em 6 de dezembro pelo vereador Rubinho Nunes (União), ex-membro do Movimento Brasil Livre (MBL). Nesta legislatura, há mais de 40 solicitações de comissões parlamentares, exigindo um acordo para priorização.

No requerimento, Nunes justifica a CPI tem “finalidade de investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia”.

De acordo com o vereador, “a atuação dessas ONGs não está isenta de fiscalização, sendo necessária a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), até porque, algumas delas frequentemente recebem financiamento público para realizar suas atividades”.

“As CPIS são instrumentos legítimos do Poder Legislativo, que tem toda a autoridade e prerrogativa para implantá-las segundo o ritual de cada esfera do poder. Mas elas têm que ter um fim, um foco específico que, no caso, são as ONGS que prestam assistência à população da Cracolândia. Eu não faço parte de nenhuma ONG. Então, quem tem que ser investigado é o poder público e as ONGs com as quais se estabelece convênios”, completou.

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