“O arrependimento é um segundo pecado”, escreveu Espinoza.
Muita gente boa correu para cumprimentar a procuradora Jerusa Viecili pelas desculpas a Lula. Enfim um gesto de grandeza daquela turma!
Jerusa aparece nos diálogos vazados em que a Lava Jato se compraz com a morte de familiares de Lula e tripudia sobre seu luto.
No primeiro deles, ela reage à notícia da morte de Marisa Letícia: “Querem que eu fique pro enterro?”
Depois, faz piada com o falecimento do neto de Lula, Arthur, de 7 anos: “Preparem para nova novela ida ao velório.”
Na noite de terça, dia 27, Jerusa escreveu: “Errei. E minha consciência me leva a fazer o correto: pedir desculpas à pessoa diretamente afetada, o ex-presidente Lula.”
Eram 21h09.
O arrependimento — em que ela, de quebra, atestou a veracidade dos diálogos — durou exatamente uma hora e 12 minutos.
“Lembrar de uma mensagem não autentica todo o conjunto. A existência de mensagens verdadeiras não afasta o fato de que as mensagens são fruto de crime e têm sido descontextualizadas ou deturpadas para fazer falsas acusações”, emendou em seguida.
“Os procuradores da Lava Jato nunca negaram que há mensagens verdadeiras, exatamente porque foram efetivamente hackeados. Contudo, não é possível saber exatamente o quanto está correto, porque é impossível recordar de detalhes de 1 milhão de mensagens em 5 anos intensos.”
O que se passou nesse período?
Eu apostaria numa conversa com Dallagnol (“Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal”), Januário Paludo (“O safado só queria passear”) ou Laura Tessler (“Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão”).
Imagine o que eles não são capazes de fazer com alguém que resolve trair o movimento.
Imagine o que eles sabem uns dos outros.
Em todo caso, fica a lição eterna do Barão de Itararé: de onde menos se espera é que não vem nada, mesmo.
Lembrar de uma mensagem não autentica todo o conjunto. A existência de mensagens verdadeiras não afasta o fato de que as mensagens são fruto de crime e têm sido descontextualizadas ou deturpadas para fazer falsas acusações.
— Jerusa B. Viecili (@jerusabv) August 28, 2019
Os procuradores da Lava Jato nunca negaram que há mensagens verdadeiras, exatamente porque foram efetivamente hackeados. Contudo, não é possível saber exatamente o quanto está correto, porque é impossível recordar de detalhes de 1 milhão de mensagens em 5 anos intensos.
— Jerusa B. Viecili (@jerusabv) August 28, 2019