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“Arrested Development”, a série que a Internet ressuscitou

A Netflix coloca no ar hoje, de uma vez, a nova temporada de um dos melhores seriados de todos os tempos.

A família Bluth reunida

A série Arrested Development está voltando à televisão depois de cancelada em 2006 por queda de audiência. Tinha durado apenas 3 temporadas. Seu status cult cresceu com o tempo. Páginas de fãs surgiram na internet. Blogs para discutir os personagens foram criados. Quando o canal de streaming Netflix incluiu o seriado em sua grade, rapidamente ele se tornou uma das atrações mais vistas. O Netflix não deixou passar a oportunidade e produziu 15 episódios da quarta temporada e os colocou no ar de uma vez só.

É certamente uma das reestreias mais esperadas dos últimos anos. Arrested é rápida, esperta, incrivelmente bem editada, com um elenco incrível — e de chorar de rir. Conta a história dos Bluth, uma família disfuncional que foi muito rica e faliu graças às pilantragens do patriarca George Sr.. O filho do meio, Michael, o único relativamente ajuizado, tenta cuidar do que restou do patrimônio. Michael e dois de seus irmãos moram na mesma casa. Sua irmã (Portia de Rossi) é casada com Tobias Fünke, um gay que não sai do armário porque não tem a menor ideia de que esteja num armário. O filho de Michael, George Michael (sacou?), é interpretado pelo relutante Michael Cera, apaixonado pela prima. Gob (Will Arnett), o mais velho, acha que é mágico.

Em sua curta carreira, ganhou seis prêmios Emmy e um Globo de Ouro. Teve participações especiais de gente como Ben Stiller e Liza Minelli — que voltam agora, com o reforço de Seth Rogen e Kristen Wiig. É a terceira série produzida pelo Netflix. A primeira foi o excelente drama político House of Cards, a segunda Hemlock Grove.

É a convergência da TV com a internet. A série voltou por causa do barulho que causou na web – e, claro, porque o Netflix pôde apostar em um título que tinha números altos de acesso. O fato de colocar os 15 capítulos de uma única vez no ar está se provando vencedor. Ninguém precisa mais ficar esperando o domingo à noite para assistir. Você vê o que quiser, como quiser – e o quanto quiser.

Para quem esperou sete anos pelas aventuras patéticas da família Bluth, esses 450 minutos jogados de uma vez na TV são um presente da era da Internet.

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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