José Padilha é um idiota irrecuperável por causa, fundamentalmente, de sua arrogância.
Sua entrevista a Malu Gaspar, do Globo, é um primor de estupidez e de passação de pano para a Lava Jato, a quem ele serviu como marqueteiro.
Está lançando um documentário sobre a turma de Curitiba, o hacker e a coisa toda. Ele nega, mas é um mea culpa sobre seu apoio cego à palhaçada.
Em 40 minutos de papo amigável, ele culpa o Supremo por “tirar o Lula” da eleição de 2018 e repete as mesmas acusações sem provas sobre Dilma e o ex-presidente saberem do “esquema de corrupção” do PT com “Dirceu, Palocci etc”.
O grande problema de Sergio Moro foi ter entrado para o governo Bolsonaro, segundo Padilha. Não fosse isso, ele continuaria o herói pintado na série picareta “O Mecanismo”.
“Eu tava errado com relação ao Moro e o processo jurídico que ele e Deltan fizeram na Lava Jato. Mas eu não estou e nunca estive errado sobre o Lula”, diz. “O que mudou foi o STF”.
Em resumo, ele tava errado, mas continua certo. Talquei? Não tem lógica, mas isso não importa para Zé Padilha.
A Corte é uma porcaria para o Zé. O papo é o mesmo dos bolsonaristas.
Ele não lê “as críticas porque elas não fazem sentido”.
O sujeito chamava Moro de “samurai ronin”, embarcou numa mistificação grosseira, difundiu essa visão canalha e moralista e acha que a questão são os ministros mudarem de ideia.
Ele tem certeza de que Lula roubou porque Ciro Gomes contou para ele. Então tá. Confunde o dinheiro encontrado no apartamento de Geddel com a “roubalheira na Patrobras”.
É tudo a mesma sopa. É o “sistema”.
Entre Bolsonaro e Lula, porém, votaria no último porque “Bolsonaro é conectado à milícia e milícia mata”. No entanto, faz a velha equivalência.
Padilha é um fascista que não se reconhece como fascista.
Propagandeou uma operação que é diretamente responsável pela ascensão de Jair Bolsonaro. Moro não foi parar naquela cloaca do ministério por “ingenuidade” ou algo que o valha, mas por absoluta adequação ao projeto.
Em sua mediocridade, a mulher do ex-juiz, Rosângela, compreendeu essa simbiose muito melhor que o pretensioso diretor: eles são “uma coisa só”.
“O Brasil é precário”, resume o genial José Padilha. Ele não é, evidentemente. Por isso vive nos EUA, onde seu talento é “reconhecido”.
Padilha passa férias nos Estados Unidos. Não virou um diretor reconhecido por lá. O único filme americano que fez foi o remake de “Robocop”. Flopou.
Há um ótimo documentário chamado “Leni Riefenstahl, A Deusa Imperfeita”, sobre a cineasta do nazismo. Você encontra no YouTube (postei aqui embaixo).
O tempo todo ela justifica sua atuação pelo regime. Não se desculpa de nada, mas dá argumentos em favor de sua inocência.
Conta que, no clássico ariano “O Triunfo da Vontade”, só ressaltou as frases de Hitler em favor da paz.
Parou de filmar depois da guerra. Terminou a vida mergulhando no Caribe, bronzeada, tirando fotos no fundo do mar e filiada ao Greenpeace.
Mais digna que Padilha.
https://www.youtube.com/watch?v=0PfCdTUmq6w&t=2800s