Originalmente publicado em FACEBOOK
Por Luis Felipe Miguel
A Folha apresenta hoje dois artigos debatendo se militares da ativa devem ocupar cargos políticos.
Joao Roberto Martins Filho responde que não, com argumentos dificilmente refutáveis.
Quem responde que sim é um certo Durval Lourenço Pereira, tenente-coronel do Exército.
O texto é uma janelinha aberta para o bizarro universo mental do oficialato brasileiro.
Fala das “quatro décadas de massiva doutrinação ideológica da população”, referindo-se ao período de crise e superação do regime militar. Denuncia a “agenda ambientalista-globalista” e acena com o fantasma do “socialismo bolivariano”.
Uma frase chama a atenção: “Num país de história recente manchada por escândalos de corrupção, a presença de militares em funções públicas deveria ser até desejável”.
É a tentativa de colocar em ação a velha lenda de que oficiais militares são necessariamente honestos.
Infelizmente para o tenente-coronel, a mesma edição do jornal que publicou seu textinho tem, como manchete principal, a negociata de seu colega de farda Pazuello para comprar vacina superfaturada.