As 59 notificações sobre intoxicação por metanol no Brasil

Atualizado em 2 de outubro de 2025 às 23:53
Frascos de metanol. Foto: reprodução

O Brasil soma 59 notificações de intoxicação por metanol até esta quinta-feira (2), segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Do total, 11 já foram confirmadas em exames laboratoriais. Os registros se concentram em São Paulo, com 53 casos, além de cinco em Pernambuco e um no Distrito Federal.

Para conter o avanço da crise, o Ministério da Saúde ampliou o estoque de etanol farmacêutico, usado como antídoto. Padilha anunciou a compra de 4.300 ampolas, que ficarão disponíveis em hospitais universitários e poderão ser distribuídas a estados e municípios que não tiverem acesso ao produto. O ministro ressaltou que o uso rápido do antídoto pode evitar mortes e sequelas graves.

A Anvisa também mapeou 604 farmácias no Brasil autorizadas a produzir o etanol farmacêutico. Segundo Padilha, cada capital terá unidades de referência para agilizar o fornecimento em casos de emergência. Além disso, foi aberta em Brasília uma sala de situação para monitorar os casos e coordenar ações entre os ministérios da Saúde, Justiça, Agricultura, Anvisa e secretarias estaduais.

Entre as vítimas, estão jovens e adultos que consumiram bebidas adulteradas em bares e adegas de São Paulo. O designer de interiores Rafael Anjos Martins, de 28 anos, permanece em coma desde 1º de setembro após ingerir gin contaminado. Em outro caso, a designer Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão depois de tomar caipirinhas feitas com vodca em um bar nos Jardins, interditado pela polícia.

Radharani Domingos, Bruna Araújo de Souza e Rafael Anjos Martins, vítimas de intoxicação por metanol. Foto: Reprodução/g1

Na Grande São Paulo, Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, está internada em estado grave após consumir vodca em um show de pagode. O advogado Marcelo Lombardi, de 45 anos, morreu após beber uma garrafa adulterada comprada em adega. Já Wesley Pereira, de 31 anos, segue internado em coma no Hospital do Campo Limpo, com complicações graves após ingerir whisky contaminado.

Além do etanol farmacêutico, o Ministério da Saúde estuda importar o fomepizol, outro antídoto contra intoxicação por metanol recomendado pela Organização Mundial da Saúde. O medicamento não é produzido no Brasil e tem circulação restrita no mundo, mas, segundo Padilha, pode facilitar o tratamento devido à aplicação mais simples.

Francine Eustaquio
Francine Eustáquio, 21. Trabalha no DCM desde 2025. Interessada em política, cultura e temas sociais, dedica-se à produção de conteúdo informativo e otimizado para o público digital. Aprecia leitura, cinema e música, além de explorar novos destinos e experiências gastronômicas nas horas vagas.