A louca cavalgada da mulher mais rica do mundo

Atualizado em 3 de janeiro de 2013 às 20:40

A herdeira australiana Gina Rinehart parece querer seguir os passos de seu compatriota Rupert Murdoch

Gina

 

“É aquele tipo raro de livro que depois de ler você dá graças a Deus por ser pobre.”

Clap, clap, clap.

A frase acima é de um jornal australiano, e está numa resenha feita sobre a biografia de Gina Rinehart. Ela acaba de se sagrar a mulher mais rica do mundo, segundo levantamentos de publicações de economia e negócios.

Gina, australiana de 58 anos, viúva, parecida fisicamente com Susan Boyle exceto pelos cabelos compridos, é a única herdeira de um império da mineração. Sua fortuna pessoal foi avaliada em 30 bilhões de dólares.

Basicamente, além de ganhar muito dinheiro, ela briga.

Brigou, quando jovem, com a madrasta, a quem acusou de só casar com o pai por causa do dinheiro. A madrasta, Rose, uma tailandesa de aclamada beleza, era quase quarenta anos mais nova que o pai de Gina. Conheceu-o quando foi trabalhar como empregada dele depois que ele enviuvou. Gina estava, é claro, certa. Três meses depois da morte do marido velho e rico, ela se casou com um amigo do defunto.

A madrasta Rose com o marido 40 anos mais velho

Gina está brigando, agora, com três dos quatro filhos. A disputa está na justiça. Os filhos a acusam de prejudicá-los financeiramente. Querem tirar da mãe o controle do patrimônio da família.

Gina briga, ainda, com o conselho de administração de um dos maiores grupos de mídia australiano, o Fairfax. Ela comprou um lote grande de ações, e quer um lugar no conselho. Gina reclama dos resultados econômicos do grupo, muito aquém daquilo que ela consegue em suas minas.

Gina diz que seu interesse em entrar para a administração é apenas econômico. Mas os jornalistas do grupo não acreditam nela. Trata-se, segundo eles, de um primeiro passo para interferências editoriais. (Gina é ultraconservadora, e o jornal é de centro.)

A Austrália tem tradição em novos acionistas que prometem não mexer no conteúdo e acabam fazendo o oposto.

Murdoch, australiano como Gina, quando comprou o Times de Londres, afirmou que a redação, então dirigida pelo lendário Harold Evans, teria independência. Em pouco tempo, Evans estava fora e Murdoch fez o que fez —  empurrou o jornal para o conservadorismo e se cercou de marionetes.

Os administradores do Fairfax conhecem bem essa história. Farão bem se mantiverem Gina, com todos os seus bilhões, bem longe dor jornalistas.