As Forças Armadas passaram o recibo. Por Gilberto Maringoni

Atualizado em 8 de julho de 2021 às 10:23
O ministro da Defesa, Braga Netto, ao lado dos comandantes das Forças Armadas. Foto: Alexandre Manfrim/Divulgação

Publicado originalmente no Facebook do autor:

Por Gilberto Maringoni

A patética nota em que Braga Netto chama sua turma para esculachar o senador Omar Aziz mostra que as Forças Armadas assumem para a instituição algo que não lhes havia sido impingido.

Como se diz nas calçadas, passaram recibo com firma reconhecida.

Aziz foi preciso e moderado em suas palavras. O parlamentar afirmou textualmente o seguinte:

“Olha, eu vou dizer uma coisa: as Forças Armadas, os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo. Fazia muitos anos”.

O que os milicos responderam? Em português pedestre, com vírgulas salpicados a esmo e repetição desnecessária de palavras, escreveram, entre outras coisas, o seguinte:

“Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”.

Cuma? Aziz separou claramente “os bons” do “lado podre”, cuidando para não atingir a instituição e nem fazer generalizações (sem trocadilho aqui).

O quarteto parece responder algo como: “Aqui é uma coisa só, falou dos podres, mexeu com todos e nós não vamos admitir”.

Das duas uma: ou não entenderam a intervenção do presidente da CPI, ou, diante do enorme desgaste que acumulam ao se juntar a um governo corrupto e genocida, se atrapalharam todos.

No fundo, é a mesma coisa.