As fotos de Moro sorridente no Aero Bozo são um flashback daquelas com Aécio. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 22 de janeiro de 2019 às 10:13
Moro, Bolsonaro e amigos no Aero Lula, atual Aero Bozo

As fotos de Sergio Moro sorrindo aboletado confortavelmente numa espaçosa poltrona do Aero Bozo, o antigo Aero Lula, são um flashback das cenas dele com Aécio.

Relaxado com sua nova turma, ao lado de um chefe cujo filho Flávio, eleito senador, está enrolado até o pescoço na Justiça, Moro é o retrato de quem “chegou lá”.

Prendeu Lula, virou ministro do ganhador das eleições e agora pode voar num avião particular e curtir a vida — tudo pago pelo erário.

O sorriso de vencedor é inconfundível.

Aquele charme e carisma exibidos quando de seu encontro com Aécio Neves em evento da vendida Istoé, numa época em que o tucano já tinha nas costas mais denúncias que cravos.

Moro não se avexa em dividir publicamente sua alegria contagiante quando está acompanhado de um tipo específico de gente.

Bolsonaro, Moro, o chanceler e o doce sabor da glória

Como no caso do convescote com o mineiro, gosta de escancarar que está em outro patamar, que vocês que estão aí embaixo não sabem o que é isso.

Sergio Moro em Davos, dando aula sobre combate a corrupção para o mundo. Na vida real, Queiroz, ex-assessor do filho de seu empregador, samba no hospital.

Balzac chama Eugène de Rastignac de “jovem lobo de dentes longos”. Os arrivistas de Balzac são inteligentes e, eventualmente, bonitos. Monstruosos, claro.

Instado a falar do imbróglio Queiroz/Flávio Bolsonaro em Davos, Moro saiu-se com essa: “Não me cabe comentar sobre isso, mas as instituições estão funcionando”.

Clássico.

Em alguns dias ele estará voando de volta ao país, feliz da vida, nosso paladino da Justiça, tomando champanhe nas asas da prosperidade, rumo a um futuro brilhante.

Moro nos velhos tempos, com Aécio e Temer