
A cena do líder golpista Luis Fernando “Macho” Camacho ajoelhado diante de uma Bíblia no Palácio Quemado dá a dimensão da força dos evangélicos na Bolívia.
Camacho está sempre brandindo o livro e segurando um terço em seus discursos. Vive citando versículos.
Declara-se católico, mas o apoio organizado vem das igrejas evangélicas.
Qualquer coincidência com Jair Bolsonaro é mera semelhança. O modus operandi é o mesmo.
Camacho diz que quer “devolver o país a Deus”.
Em vídeos, militares aparecem orando após a derrubada de Evo. Um coronel foi a um culto consagrar as Forças Armadas a Jesus Cristo.
São empresas milionárias, articuladas com a extrema direita e dispostas a tudo, inclusive a abraçar corruptos, milicianos, assassinos — o diabo.
O escritor colombiano Santiago Gamboa falou dessa influência nefasta no continente em seu último livro, “Será Larga la Noche” (“Será Longa a Noite”, não lançado no Brasil).

“As igrejas evangélicas são um problema de segurança nacional na América Latina”, afirmou para a BBC. “Estão pondo a democracia sob seu controle, estão trabalhando ativamente pela corrupção”.
“Acabamos de ver nas eleições de prefeitos e governadores como igrejas evangélicas em muitas regiões vendiam diretamente os votos de seus fieis a chefes políticos locais”, afirmou.
De acordo com Gamboa, em Bogotá, mais de cem igrejas apoiaram o candidato da direita — que não venceu — nas últimas eleições.
Os pastores o apresentaram como um “bom homem”, juraram que Cristo estava em seu coração e deram a ordem de votar nele.
“Isso é usar a democracia para chegar ao poder e então se tornar antidemocrático”, diz Gamboa.
Não é diferente, essencialmente, do Estado Islâmico ou dos talibãs. Todo fundamentalista considera seu messias melhor que o dos outros.
Coronel boliviano vai a uma igreja neopentecostal e entrega o comando das forças armadas a Jesus Cristo
Parece lindo
Mas é como quem entrega o dízimo a Deus pelas mãos de Silas Malafaia!
pic.twitter.com/7UQPu8lqAx— Hendrix Careta? (@Hendrix_Careta) November 11, 2019
Lo del helicóptero hace unos días fue el intento de asesinato contra @evoespueblo por la CIA, el ejército de #Bolivia y la derecha fascista boliviana.
? VEAN como militares celebran la salida de Evo Morales del cargo de Presidente.
Los medios ocultan que fue un golpe de estado. pic.twitter.com/FDMisqUXB9— Javier Alexander Roa (@RoaJavier) November 11, 2019