As lágrimas de crocodilo de Witzel derramadas 72 horas após o assassinato de Ágatha. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 23 de setembro de 2019 às 17:29
Witzel chora ao falar de Ágatha

Wilson Witzel derramou lágrimas de crocodilo na coletiva que deu sobre o assassinato de Ágatha Félix nesta segunda, 72 horas após a tragédia. 

“É indecente usar um caixão como palanque”, denunciou o sujeito que se fez político usando caixões como palanque.

O mesmo que deu soquinhos no ar após um sequestrador de ônibus ser alvejado por um sniper na ponte Rio-Niterói.

“A dor de uma família não se consegue expressar. Eu também sou pai e tenho uma filha de 9 anos. Não posso dizer que sei o tamanho da dor que os pais da menina estão sentindo”, falou.

A voz ficou embargada e ele enxugou os olhos enquanto contava uma história para boi dormir de que pensava em Ágatha quando via a filha dormindo no quarto.

É um clichê de cinema vagabundo.

Na vida real, Witzel levou sua menina ao Colégio Militar para fazer prova no domingo, postando a cena feliz no Instagram. Antes disso, parabenizou São Gonçalo pelo aniversário de 129 anos.

Witzel comemora morte de sequestrador de ônibus

Witzel, canastrão, chora para transmitir a sensação de humanidade. É o truque mais antigo do manual do populista de direita, bastante utilizado por Bolsonaro.

Durante a posse, chorou ao ouvir o hino nacional e ao citar a mulher, Helena.

Chorou ao lamentar o que chamou de intolerância contra o filho transsexual.

Chorou ao relembrar o trabalho que fez de acusado de matar policial quando era defensor público.

Sua gestão, garantiu, está aproximando os índices de criminalidade de “patamares civilizatórios”.

As dezesseis crianças baleadas apenas neste ano podem atestar isso.

As cinco que morreram, Ágatha entre elas, não têm como, mas seguirão assombrando Witzel até o fim de seus dias.

Witzel leva a filha ao Colégio Militar dois dias após a morte de Ágatha