As ovadas épicas no casamento-ostentação da deputada Maria Victoria e o que isso diz sobre o Brasil. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 17 de julho de 2017 às 12:45
Os convidados são protegidos das ovadas por guarda chuvas

Nem tudo está perdido.

O casamento da deputada Maria Victoria Borghetti Barros, do PP do Paraná, com o advogado Diego da Silva Campos foi marcado por um alvissareiro protesto com ovos e bebidas lançados sobre os convivas.

Centenas cercaram a Igreja do Rosário no Largo da Ordem, em Curitiba, na sexta, dia 14, proferindo palavras de ordem contra a ostentação.

A lista de presentes passou para a história. Ali estava a famosa garrafa térmica de 2 300 reais.

O Palácio Garibaldi, tombado pelo estado, ganhou uma estrutura transparente na frente de sua fachada para a cerimônia para mais de mil convidados.

Maria Victoria chegou acompanhada do pai, o ministro da saúde Ricardo Barros, por volta das 19 horas. A mãe, a vice-governadora Cida Borghetti, aguardava lá dentro.

Para perfazer o trajeto curto entre a igreja e o local da festança, os noivos entraram numa van e seguiram sob proteção policial. Não escaparam das ovadas.

Maria Victoria é mais um zero à esquerda que vive do dinheiro da família, ou seja, público. Ficou conhecida ao defender o pai no Facebook quando este pediu o corte de bilhões destinados ao Bolsa-Família.

“É triste ver o governo federal dando o peixe, ao invés de ensinar a pescar”, escreveu na época a filha, neta, irmã e sobrinha de políticos. Um triunfo da meritocracia.

Eles são donos de Maringá, terra de Sergio Moro. Maria Victoria precisa saber que é odiada pela população que finge representar. 

“Qualquer governo que não seja originário do consentimento livre dos indivíduos faz destes escravos, ou seja, homens que não gozam do estatuto de livres e, através da rebelião, o povo pode destruir este governo, sem que isso constitua qualquer tipo de violação (será até de acordo com a vontade de Deus)”, disse o filósofo John Locke, a grande influência da Revolução Inglesa.

“Donde fica claro que o repúdio a um poder que a força e não o direito instalou sobre alguém, embora tenha o nome de rebelião, não constitui contudo ofensa a Deus, mas é o que Ele permite e aprova”.

Que essa linda e santa revolta se espalhe e saiamos do século 18.

Abaixo, o relato do pintor Antonio Veronese no Facebook:

A revolta do ovo

Era para ser o casamento dos sonhos, aquele casamento arranjado da aristocracia, foram convidados ministros, deputados, os golpistas todos. Tava feita a campanha eleitoral!!

O casamento era muito mais do Ricardo Barros do que da filha. Demonstração de poder, no centro histórico, na Igreja do Rosário, a igreja dos negros de Curitiba, a festa no palácio Garibaldi, lugar em que anarquistas se reuniam no passado.

Uma grande tiração de onda com o povo e nada menos que demonstração de poder da abastada família de políticos golpistas paranaenses! Uma verdadeira humilhação para o povo que acaba de perder direitos trabalhistas, povo que acaba de ver um símbolo de trabalhadores, o operário que chegou lá ser condenado, sem provas enquanto os playboys cheios de provas continuam soltos e no poder.

A ostentação no reduto do povo, na rua, nos peti pavês em que a boêmia curitibana se encontra a noite, em que a periferia se reúne nos fins de semana para curtir, em que vivem muitos moradores de rua, um lugar do povo.

Se deram mal! Nunca na história desse país um casamento que tanto custou foi tão fracassado, nunca na história deste país golpistas levaram ovo, foram chamados de golpistas, ladrões e algozes do povo! Tomaram chumbo! Ovo e vaias, afrontaram o povo e não imaginavam que levariam um troco desses!

Convidados devidamente ovados, dali não sai paquera aristocrata e é até possível que tenham sido evitados alguns conchavos e outros contratos de casamento do mesmo modelo que este.

Aos que acham que casamento é muito pessoal e não se deve fazer isso respondo que casamento feito em local público com tamanha ostentação de gente corrupta e se propaga dentro da politica, ou seja, tem dinheiro nosso ali, casamento de gente que prejudica saúde do povo, tira farmácia popular e congela gastos da saúde, pior Ministro da saúde da história, é casamento que se tornou público!

Mandaram ao povo brioches, levaram do povo a revolta e muito ovo!

Maria Victoria chega a seu casamento cercada de seguranças