As perguntas que vão definir se Adélio Bispo pode deixar a prisão

Atualizado em 8 de outubro de 2025 às 9:47
Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O homem que esfaqueou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, Adélio Bispo de Oliveira, de 47 anos, passará nos próximos dias por um novo exame psiquiátrico que decidirá se ele poderá ser libertado ou continuará internado no sistema prisional federal, conforme informações do Metrópoles.

O laudo será elaborado por dois especialistas em psicologia, sob supervisão judicial, e deve responder a três perguntas centrais formuladas pelo Judiciário:

  1. Adélio ainda apresenta algum transtorno mental que justifique a manutenção da medida de segurança?
  2. Sua condição atual representa risco para si ou para outras pessoas?
  3. Em caso positivo, em quanto tempo deverá ser reavaliado para verificar se a periculosidade persiste?

Esses quesitos servirão de base para a decisão judicial sobre uma possível libertação ou transferência de Adélio. Fontes ligadas ao caso afirmam que a chance de ele deixar o presídio é remota, e a hipótese mais provável é a permanência sob medida de segurança ou eventual envio a um hospital de custódia.

O ex-presidente Jair Bolsonaro sofreu facada em Juiz de Fora (MG) durante a campanha eleitoral de 2018. Foto: Raysa Leite/AFP

Situação atual e condições de detenção

Adélio está detido no Presídio Federal de Campo Grande (MS) desde 2018 e tem autorização judicial para permanecer no local até 2038, quando completará 60 anos. A cela onde vive tem cerca de seis metros quadrados, e ele não recebe visitas de familiares há mais de um ano.

Relatórios sigilosos enviados à Justiça apontam que o estado de saúde mental do interno piorou ao longo dos anos de confinamento. Segundo a Polícia Federal, Adélio agiu sozinho no atentado contra Bolsonaro e não há indícios de participação de outras pessoas.

Presídio e histórico médico

A penitenciária de Campo Grande é considerada a unidade com melhor estrutura para presos com transtornos mentais, embora não possua instalações totalmente adequadas para tratamento psiquiátrico. O prontuário médico de Adélio permanece sob sigilo.

Durante o governo Bolsonaro, a Polícia Federal chegou a solicitar acesso aos documentos médicos de Adélio, mas o pedido foi negado pela Justiça. Desde então, ele não teve acesso a livros nem mantém contato regular com outros detentos, o que reforça a avaliação de que o caso exige monitoramento constante das autoridades judiciais e de saúde.