O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta sexta-feira (30), que se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tornar inelegível ele irá “conversar” com seus advogados e afirmou que “o recurso irá para o Supremo Tribunal Federal (STF)”. A declaração foi feita em entrevista ao Jornal da Itatiaia, em Belo Horizonte.
O ex-chefe do Executivo se defendeu citando o voto do ministro Gilmar Mendes no processo de cassação da chapa Dilma-Temer, em 2017, no qual o magistrado disse que “a Justiça Eleitoral não deve existir para caçar mandatos, muito menos de presidentes”.
Ao ser questionado sobre as alternativas de seu grupo político em caso de sua inelegibilidade, o ex-presidente afirmou que, neste momento, ele é a “opção da direita” para a próxima eleição nacional. O julgamento no TSE será retomado nesta sexta-feira (30), às 12h.
“No momento, sou opção da direita. Tem muita gente boa na direita, mas acho que não tem um lastro, ainda, não é conhecido nacionalmente o suficiente para disputar uma eleição presidencial. Não vou citar nomes para não termos ciúmes, pois posso esquecer de alguém. Fizemos boas lideranças”
Ele também foi questionado sobre o uso abusivo do Palácio do Planalto. Bolsonaro, por sua vez, respondeu: “Uso abusivo do Planalto? É a minha casa. Pode o TSE me impedir de fazer lives dentro da minha casa no período eleitoral? Isso é justo? Pode o TSE dizer que eu não posso divulgar imagens do 7 de setembro?”.
O ex-capitão ainda voltou a repetir que a reunião feita com embaixadores estrangeiros no Palácio do Planalto, em julho do ano passado, foi uma resposta ao ministro do STF Edson Fachin, que se reuniu com diplomatas meses antes para defender o sistema eletrônico de votação das urnas.
“Ele terminou a reunião dando o seguinte recado: ‘senhores embaixadores, tão logo o TSE anuncie os números das eleições, vocês façam gestões junto a seus respectivos chefes de Estados e anunciem os resultados das eleições’. Esquisito isso aí, né? Parece que ele vislumbrava a vitória do outro lado”, disse Bolsonaro.
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