Assassinato de jovens transmitido pelo Instagram pode estar ligado ao tráfico de drogas

Atualizado em 27 de setembro de 2025 às 8:23
Morena Verri e Brenda Castillo, ambas de 20 anos, e Lara Morena Gutiérrez, de apenas 15. Foto: Reprodução

O assassinato brutal de três jovens em Florencio Varela, na província de Buenos Aires, na Argentina, pode estar diretamente ligado ao tráfico de drogas. As vítimas desapareceram em La Matanza e foram encontradas mortas e esquartejadas menos de uma semana depois.

As jovens foram identificadas como Brenda Castillo e Morena Verri, ambas de 20 anos, e Lara Morena Gutiérrez, de apenas 15. Todas eram naturais de La Matanza e trabalhavam como garotas de programa. Brenda era mãe de uma criança.

A investigação aponta para um acerto de contas ordenado por um narcotraficante foragido, e há indícios de que o crime tenha sido transmitido ao vivo pelo Instagram para um grupo fechado de 45 pessoas.

“Isso acontece com quem me rouba drogas”, teria dito um dos líderes durante a transmissão. As investigações indicam que a ordem partiu de um traficante peruano foragido, chefe de uma gangue na Vila 1-11-14, em Buenos Aires, com pontos de venda na região.

Elas foram vistas pela última vez na noite de sexta-feira, 19 de setembro, às 21h29, ao entrarem em um Chevrolet Tracker na rotatória de um posto YPF, em La Tablada. O veículo circulava com placa clonada, tinha pedido de captura por roubo desde agosto e acabou incendiado.

O último contato com as famílias foi registrado às 3h da madrugada de sábado (20), quando os celulares das três foram desligados simultaneamente.

Dias depois, na quarta-feira (24), os corpos das três jovens foram encontrados enterrados e desmembrados em sacos de lixo em uma residência a 37 km do local onde haviam sido vistas pela última vez.

Crueldade e violência extrema

Segundo os investigadores, os assassinatos foram marcados por crueldade. Lara, de 15 anos, teve partes do corpo amputadas. Brenda sofreu várias facadas e agressões brutais, enquanto Morena morreu após um golpe no pescoço.

Peritos concluíram que as mortes ocorreram entre 90 e 96 horas antes da descoberta, ou seja, ainda na madrugada de 20 de setembro.

Casa onde três jovens argentinas foram assassinadas em Florencio Varela, na província de Buenos Aires
Casa onde três jovens argentinas foram assassinadas em Florencio Varela, na província de Buenos Aires. Foto: Reprodução

Prisões e motivação

A investigação é conduzida pela UFI Descentralizada nº 2 de Laferrere, com apoio da Delegação Departamental de Investigações (DDI) de La Matanza. Dois suspeitos foram presos inicialmente, encarregados de limpar a casa onde os corpos estavam, com manchas de sangue, cheiro de cloro e terra remexida.

Posteriormente, os proprietários do imóvel, ligados a uma organização criminosa, também foram detidos. Até o momento, 12 pessoas foram presas, entre elas Maximiliano Andrés Parra, de 18 anos; Daniela Ibarra, de 19; Miguel Ángel Villanueva Silva, de 25; e Magalí Celeste González, de 28.

De acordo com familiares, as vítimas teriam entrado em contato com um líder na zona de Flores antes do crime. No mesmo dia, um buraco foi cavado na casa de Florencio Varela, local onde os corpos foram enterrados.

Duas hipóteses são analisadas: uma vingança, mencionada por uma das presas, ou a possibilidade de que uma das jovens tenha se apropriado de um quilo de cocaína e US$ 70 mil pertencentes ao narcotraficante peruano.