Assédio moral e perseguição: funcionários relatam ambiente insalubre na Cultura durante governo Bolsonaro

Atualizado em 7 de fevereiro de 2023 às 12:26
Mario Frias e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Em entrevista realizada pelo UOL, servidores públicos que trabalharam na Secretaria Especial da Cultura e em órgãos relacionados a ela nos últimos quatros anos, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), descreveram o local de trabalho como um ambiente insalubre, com casos de assédio moral, perseguição laboral e acusações absurdas.

Os trabalhadores, em seus relatos, contam que o governo do ex-presidente via a área da Cultura como um campo de batalha. Os funcionários, para Bolsonaro, eram vistos como uma espécie de inimigo, sem confiança, o que gerou uma situação estressante para os servidores, impactando diretamente em seus trabalhos produzindo um hiato nas políticas culturais.

A ideia do ex-capitão e seus apoiadores era manipular a Secretaria à base da força para reduzir a influência de ideias liberais e progressistas e abrir espaço para uma visão ultraconservadora em costumes e comportamento.

Em alguns trechos os funcionários falam a respeito das demissões injustificadas sob a suspeita de espionagem por parte do governo contra os funcionários “mandaram uma funcionária embora porque já estava lá há muito tempo e achavam que era uma espiã, apesar de não haver nenhum indício disso. E a pessoa era boa no seu trabalho”, contou um funcionário.

Os servidores relatam também que o secretário Mário Frias e alguns de seus subordinados faziam questão de mostrar que andavam em meio às instalações com armas na cintura, afim de intimidar os funcionários.

“Como você faz uma reclamação ao chefe, discute um assunto com o qual ele não concorda, se ele coloca uma arma em cima da mesa ou fica limpando a pistola enquanto fala com você?”, questionou um dos entrevistados.

A gestão de Bolsonaro, por conta da falta de quadros para ocupar funções técnicas e devido à desconfiança com os funcionários e o despreparo de seus indicados tornou mais lenta a gestão do Ministério.

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