Assessor da campanha de Ciro em 2022 foi um dos monitorados pela “Abin paralela”

Atualizado em 1 de fevereiro de 2024 às 23:08
À esquerda, José Imafuku ao lado de Ciro. Foto: Reprodução

Entre os diversos alvos sob vigilância pela Abin durante o período em que a agência monitorou opositores do governo, está José Vitor de Castro Imafuku, dirigente do PDT em São Paulo.

Ele desempenhou um papel importante na organização de manifestações em 2021 que clamavam pelo impeachment de Jair Bolsonaro e, no ano subsequente, atuou na campanha presidencial de Ciro Gomes.

Imafuku é graduado em tecnologia da informação e ocupa o cargo de secretário-adjunto no diretório municipal do partido na capital paulista. Além disso, atua como assessor em uma central sindical, a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros).

O celular de Imafuku foi alvo de monitoramento por meio do software espião FirstMile, utilizado pela chamada “Abin paralela” para rastrear os movimentos de indivíduos considerados adversários do governo naquela época.

Na condução de suas funções na CSB, Imafuku colabora com Antonio Neto, presidente da central sindical e também dirigente do PDT em São Paulo.

Agência Brasileira de Inteligência. Foto: Reprodução

Durante uma das manifestações pelo impeachment de Bolsonaro, liderada pelo MBL (Movimento Brasil Livre), Imafuku foi designado pelo comando local pedetista para negociar a participação de Ciro.

Ele Participou de reuniões com o MBL para discutir o protesto, que ocorreu na avenida Paulista em 12 de setembro de 2021, e contou com a efetiva participação do ex-governador do Ceará.

Antes de ingressar na central sindical, o assessor foi colaborador na área de tecnologia da TV Globo. Ao ser informado sobre o fato de ter sido alvo da Abin, expressou sua indignação, mas não surpresa, considerando suas atividades profissionais e o enfrentamento ao governo Bolsonaro.

“Estou sabendo disso agora, e recebo essa notícia com indignação, mas não com surpresa, justamente por causa da minha atividade profissional e do enfrentamento que fizemos ao Bolsonaro. A gente já imaginava que poderia ter sido vítima de perseguição.”, afirmou

No total, pelo menos 1,5 mil indivíduos foram monitorados pela Abin durante o período de uso do software espião israelense FirstMile, possibilitando o rastreamento de seus passos por meio dos telefones celulares. A “Abin paralela,” agora objeto de investigação pela Polícia Federal, realizou mais de 60 mil consultas, resultando na descoberta da localização dos alvos em 21 mil situações.

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