Assessor de Kassab deixa governo Tarcísio após ser alvo de operação da PF

Atualizado em 12 de novembro de 2025 às 18:36
Gilberto Kassab. Foto: Divulgação

Um assessor de Gilberto Kassab, secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu demissão nesta quarta-feira (12) após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações de prefeituras do interior paulista, segundo informações da Folha de S.Paulo.

O ex-prefeito de Limeira, Mário Botion (PSD), ocupava desde julho o cargo de diretor de Convênios no escritório regional de Campinas da Secretaria de Governo, responsável pela intermediação de repasses entre o Estado e os municípios.

A ação, batizada de Operação Coffee Break, foi realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e apura desvios de verbas da área da Educação. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de Botion e em uma empresa de sua propriedade, em Limeira, no interior de São Paulo.

Segundo a CGU, o esquema envolvia empresas fornecedoras de material didático localizadas em Sumaré e Hortolândia, com contratos superfaturados e indícios de corrupção. Ao todo, 50 mandados foram cumpridos nos estados de São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal.

O ex-prefeito de Limeira, Mário Botion. Foto: Divulgação

Em um dos endereços investigados, os policiais apreenderam R$ 2,1 milhões em espécie. A PF afirmou que os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Em nota, a Secretaria de Governo confirmou que Mário Botion pediu demissão após a operação e informou que ele “não exercia funções estratégicas” na estrutura da pasta. Kassab, que comanda a Secretaria de Governo da gestão Tarcísio de Freitas, ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.

A Polícia Federal não detalhou se as suspeitas estão ligadas ao período em que Botion foi prefeito de Limeira, entre 2017 e 2024, ou à sua atuação como diretor regional. Segundo informações da CGU, o esquema utilizava contratos educacionais como fachada para desvio de verbas, com indícios de superfaturamento e tráfico de influência.

Botion também responde a dois processos por improbidade administrativa em São Paulo, ainda sem decisões condenatórias. A reportagem tentou contato com o ex-prefeito, mas não obteve resposta. O caso está sob sigilo, segundo a PF.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.