
A Procuradoria da República no Rio de Janeiro abriu um inquérito civil para investigar uma possível irregularidade cometida por Aline Gonçalves Faísca, assessora do deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ). A apuração foi determinada pela procuradora da República Luciana Gadelha e consta na portaria publicada nesta quarta-feira (16) no Diário do Ministério Público Federal Eletrônico.
A suspeita é de que Aline esteja trabalhando em um salão de beleza enquanto deveria exercer funções parlamentares. O estabelecimento em questão seria o estúdio AG Designer, localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Em outubro de 2023, Aline publicou em suas redes sociais uma mensagem comemorativa pelos cinco anos do salão, mencionando os desafios enfrentados ao longo do tempo. A postagem chamou a atenção do Ministério Público, que agora apura se há vínculo ativo entre ela e o negócio enquanto mantém cargo público comissionado.
O inquérito tramita sob sigilo, mas a portaria revela que a procuradora determinou uma série de medidas iniciais. Entre elas, está a solicitação ao setor de segurança institucional para realizar uma pesquisa preliminar sobre Aline. Também foi requisitado à Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise um levantamento completo sobre vínculos empregatícios, empresas registradas em seu nome e outros dados relevantes à investigação.

Caso se confirme que ela está formalmente nomeada como assessora parlamentar, o MPF deverá conduzir diligência discreta no estúdio de beleza. O objetivo é verificar presencialmente se Aline trabalha no local, com observação de horários, dias da semana e tipo de atividade desempenhada. A medida busca evitar conflito com a legislação que rege cargos comissionados na administração pública federal.
Em nota oficial, o deputado Carlos Jordy afirmou que Aline Gonçalves Faísca está devidamente nomeada como secretária parlamentar e cumpre suas funções no Estado do Rio de Janeiro, conforme prevê a legislação da Câmara dos Deputados.
Ele citou ato da Mesa Diretora que autoriza o trabalho de assessores fora de Brasília, especialmente para fortalecer o vínculo do parlamentar com a base eleitoral. Jordy também alegou que Aline já teria se desligado do salão de beleza, providenciando a baixa formal da empresa.
Segundo ele, essa decisão foi tomada para se adequar à norma da Câmara, que veda a atuação simultânea como empresária e ocupante de cargo comissionado. O parlamentar afirmou ainda que seu gabinete não foi informado oficialmente sobre a investigação.