Ataque a jato de Bolsonaro não é só a Huck. É a Doria. Por Fernando Brito

Atualizado em 16 de agosto de 2019 às 17:41

Publicado no Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Em tese, Jair Bolsonaro ameaçou atacar apenas Luciano Huck pela compra de um jatinho usando financiamento de R$ 17,7 milhões, dado pelo BNDES, como publicou o Tijolaço, em primeira não, em 10 de fevereiro do ano passado (aqui, a matéria).

É que Huck, ao lado do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, o havia criticado:

— Segunda-feira (19) já tem a primeira parte da caixa-preta do BNDES, pessoal que comprou jatinho. Só R$ 2 bilhões. Todo o pessoal com jatinho, gente amiga do rei. Gente que está dizendo por aí que, por exemplo, estamos no último capítulo do fracasso do Brasil. “Eu sou opção para 2022”. Pode até ser, mas a gente vai mostrar o que você fez, disse Bolsonaro.

Desconfio, porém, que o alvo seja outro, o governador João Doria, que filia hoje, com pompa e circunstância, o novo desafeto presidencial, Alexandre Frota.

É que onde Huck se manchou, João Dória se lambuzou.

Três dias depois da primeira reportagem, este blog publicou – com todos os documentos oficiais – que Doria usou o mesmo tipo de financiamento para comprar outro jato, mais caro. O empréstimo foi, desta vez, de R$ 44 milhões.

Pelo histórico de Bolsonaro de usar o governo para vinganças, tudo indica que, semana que vem, sobre para o governador, que se ensaia candidato agregando os farelos que se desprendem da máquina bolsonarista.

Repito aqui e repetirei: Bolsonaro não vai deixar crescer a grama no campo da direita.