Ataque de Bolsonaro a “Bruna Surfistinha” pode ser explicado pelo ódio dele a Marcelo Freixo

Atualizado em 20 de julho de 2019 às 10:17
Marcelo Freixo oferece uma laranja a Bolsonaro. Foto: Reprodução/Twitter

Que defesa da família, que nada. Jair Bolsonaro pode ter atacado o filme Bruna Surfistinha pelo ódio que o governa.

A roteirista do filme é Antônia Pellegrino, um profissional reconhecida pela competência. Além de roteirista, ela é ativista dos direitos das mulheres, colunista da Folha de S. Paulo e da revista Marie Claire, e editora do blog Agora É Que São Elas.

Mas Antônia Pellegrino é também casada com o deputado Marcelo Freixo, dos principais opositores do governo Bolsonaro no Congresso Nacional e um crítico severo das milícias, que já foram defendidas pelo atual presidente.

Pode ser esta a razão de Bolsonaro citar o filme como exemplo de produções que o governo não apoiaria.

Mas, se queria atacar Freixo e o PSOL, a resposta veio da própria Antônia Pellegrino.

“Sr. Presidente Jair Bolsonaro, como roteirista do filme, sinto-me orgulhosa de ter trabalhado numa produção que empregou 350 pessoas, premiada no Brasil e no mundo e que levou 2 MILHÕES de pessoas ao cinema”, escreveu ela.

Carla Zambelli, aquela deputada que praticou nepotismo cruzado logo no início do governo Bolsonaro, saiu em defesa do líder.

“Parabéns!! Se assim é, você não precisa do dinheiro suado do trabalhador. Faça sua arte e deixe o Presidente Jair Bolsonaro fazer o correto com o dinheiro público”, tuitou.

Antônia deu duas respostas, uma dura, outra pedagógica.

“Interesse público é que seu partido explique as laranjas. Que vcs expliquem o Queiroz. E se concentrem em trabalhar pelo país. Até agora o q vcs fizeram foi mimimi. Quem trabalha por vcs em Brasília é o Rodrigo Maia. Foco”, disse.

Agora resposta pedagógica:

“Deputada, deveria ser seu trabalho compreender o mínimo sobre o funcionamento de políticas públicas de fomento e como elas impactam positivamente na vida de milhares de famílias brasileiras. Mas se não tem capacidade para tal, não sou eu quem vou te explicar. Sem tempo, irmã!”

A exemplo do chefe, bolsonaristas consomem tempo demais com ataques desnecessários. Deixem os profissionais de cinema trabalhar e aprendam que, na política, existem os apoiadores e os opositores.

Cada um tem seu papel, não deveria ser pessoal.