Ataques a torres no Brasil podem ser sinal de guerra híbrida

Atualizado em 19 de janeiro de 2023 às 13:21
Torres de energia da Aneel
Foto: Reprodução/Aneel

Desde o dia 8 de janeiro, quando milhares bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), as autoridades brasileiras começaram a registrar uma nova violência: ataques a torres de transmissão de energia, que foram derrubadas ou vandalizadas.

Mas, o que chama a atenção nesse caso é a coincidência as convocações golpistas de militantes bolsonaristas para se rebelarem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com isso, o Governo Federal que também está preocupado com a situação, quando foi registrado o terceiro incidente, criou um gabinete de crise para monitorar a situação. Então, o aparelho governamental está apurando se existe relação com os atos terroristas de Brasília (DF).

Ao todo, já foram registrados cinco casos de vandalismo e, entre eles, quatro quedas de torres de energia. As investigações sobre os verdadeiros motivos da queda continuam sendo investigadas.

Os ataques à rede de energia não são novidades, o método é usado frequentemente em conflitos armados, mas é utilizada por exércitos e guerrilhas, com o objetivo de comprometer a vida de civis do outro lado do conflito. Mas, no Brasil, em um “conflito interno”, não é um ato comum.

No entanto, especialistas de Direito divergem sobre a classificação dos ataques. De um lado, um crime de terrorismo. Do outro, uma estratégia que está sendo nomeada como “guerra híbrida”.

“Guerra híbrida é um tipo de guerra de última geração que envolve diversos tipos de guerra que foram se desenvolvendo ao longo da história, mobilizando todos os aspectos materiais e psicossociais de uma nação sem que ela necessariamente tenha consciência de que está mobilizada e de que pode estar prestes a ceder à vontade do inimigo, que muitas vezes sequer compreende como inimigo”, explicou a professora Mariana Kalil, da Escola Superior de Guerra (ESG), à BBC Brasil.

Segundo a professora, apesar de ser nomeada guerra híbrida, pode envolver aspectos de uma guerra convencional e, ao fim, o objetivo é “subverter a vontade e a capacidade do inimigo frequentemente sem que este sequer reconheça que está enredado naquele conflito”.

“Isso é comum em qualquer guerra, guerrilha ou guerra civil. Na híbrida também, mas não é uma marca dela. A sabotagem visando criar caos, desordem e confusão é comum […] é preciso esperar alguma investigação para saber”, encerrou.

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