
O governo de Trinidad e Tobago colocou suas Forças Armadas em “alerta geral” nesta sexta-feira (31) e ordenou o retorno imediato das tropas aos quartéis, em meio ao aumento das tensões no Caribe provocado pela mobilização militar dos Estados Unidos na região. O alerta foi confirmado em mensagens enviadas pelas Forças de Defesa de Trinidad e Tobago (TTDF) e obtidas pela Agência France-Preess (AFP).
“Alerta máximo: com efeito imediato, as Forças de Defesa de Trinidad e Tobago estão em NÍVEL DE ALERTA UM. Todos os membros devem se apresentar em suas respectivas bases”, dizia o comunicado. A Polícia Nacional também anunciou o cancelamento de todas as licenças e folgas.
Os oficiais foram instruídos a se apresentar até as 18h, no horário local (19h de Brasília). “Recomenda-se fortemente que todos façam os arranjos necessários com suas famílias e concluam todos os preparativos pessoais para o autoisolamento”, completava a mensagem, em tom de mobilização total.
O alerta ocorre após dias de tensão na região, com a intensificação das operações militares dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico. Washington afirma que a mobilização é parte de uma campanha contra o narcotráfico, mas o governo da Venezuela acusa o presidente estadunidense, Donald Trump, de preparar uma ofensiva militar para derrubar Nicolás Maduro.

Trump nega intenção de atacar a Venezuela
Em pronunciamento nesta sexta-feira, Trump negou que esteja considerando ataques militares contra a Venezuela, em resposta a uma reportagem do jornal Miami Herald que afirmava que uma ofensiva “poderia ocorrer a qualquer momento”.
O Wall Street Journal também publicou que a Casa Branca havia identificado possíveis alvos dentro do território venezuelano, mas ainda não teria decidido pela execução.
Questionada sobre as reportagens, a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, afirmou que “fontes não identificadas não sabem do que estão falando” e que qualquer anúncio oficial sobre operações militares seria feito diretamente por Trump.
O presidente venezuelano reagiu às movimentações, acusando os Estados Unidos de “ameaçar a soberania da região” e de “buscar uma mudança de regime”. O Ministério da Defesa da Venezuela classificou as ações no Caribe como “provocações injustificadas” e colocou suas próprias forças em estado de vigilância.
Desde agosto, o governo estadunidense lançou uma operação antidrogas na região do Caribe e no Oceano Pacífico, alegando combater o tráfico de entorpecentes.
Segundo a AFP, fontes do Pentágono indicam que os 16 ataques contra embarcações suspeitas resultaram na morte de pelo menos 62 pessoas. Diversos países latino-americanos têm questionado a legalidade dessas ações, que não foram aprovadas por organismos multilaterais.