Até na saída Pedro Parente beneficia especuladores. Por Luis Nassif

Atualizado em 1 de junho de 2018 às 19:02
Pedro Parente, President of Brazil’s state-run oil company Petroleo Brasileiro SA (Petrobras), attends a news conference in Rio de Janeiro, Brazil May 8, 2018. REUTERS/Sergio Moraes

Texto publicado no GGN.

POR LUIS NASSIF.

Em empresas de capital aberto, executivos responsáveis só comunicam fatos relevantes após o fechamento do pregão. É norma fiscalizada tanto pela Comissão de Valores Mobiliários como pela SEC, a CVM norte-americana.

Pedro Parente pediu demissão em pleno funcionamento do pregão, provocando um terremoto. Há ganhadores e perdedores. Qualquer investidor, de posse dessa informação, poderia ter vendido seus papéis antes do anúncio, para recomprá-los em plena catarse. Mais que isso, todos os investidores que apostaram na valorização do papel, em função da política suicida de aumento de dividendos, com venda de subsidiárias, tiveram tempo para pular fora.

Bastava esperar algumas horas para anunciar, com o mercado fechado, dando tempo no final de semana para que as coisas se acomodassem. Com seu gesto, Parente se expõe a investigações não apenas perante a CVM, como perante a SEC.

Espera-se que ambas não faltam com sua responsabilidade perante o mercado. Peincipalmente porque não lhe falta experiência de mercado, como executivo de S/As e como investidor.