
Foi um fracasso como espetáculo a prisão dos chefes golpistas.
Não teve camburão adesivado, como fizeram com Lula. Não teve avião no Jornal Nacional, nem helicóptero.
Não há imagens de homens fortes e fardados levando Augusto Heleno preso. Alexandre de Moraes não frustrou apenas as esquerdas.
Pode ter frustrado principalmente a extrema direita, que esperava ter fotos e vídeos para denunciar as agressões aos direitos humanos e a humilhação a que a Justiça submete homens idosos.
O fascismo não tem pauta, não tem apelos que cheguem às suas bases (a anistia entrou em óbito) e não tem uma imagem que possa ser usada contra a Polícia Federal e Moraes.
O ministro transformou as prisões em acontecimentos assépticos, ou alguém irá aparecer com a imagem do momento em que o general Almir Garnier sai pelos fundos de um hotel em Brasília?

Não deixa de ser ruim para nós, para o bolsonarismo e para a História. Não teremos o registro das primeiras prisões de generais. Três generais, e por golpe.
Os quatro grandes chefes do golpe presos hoje (Bolsonaro e Braga Netto já estavam em preventiva, Mauro Cid cumpre pena em regime aberto e Alexandre Ramagem é foragido) foram levados para a cadeia com comovente delicadeza.
Augusto Heleno, Almir Garnier, Nogueira de Oliveira e Anderson Torres vão experimentar a desonra do cárcere, que eles tanto desejavam para os adversários que eles tanto perseguiram.
Por quanto tempo ficarão presos? Hoje, não importa muito. O importante é que Bolsonaro e outros cinco chefes golpistas são presidiários.