Até quando os americanos abusarão da paciência do mundo?

Atualizado em 7 de julho de 2012 às 17:04

Não tem sido muito positivo o uso de música pelas forças militares americanas.

Algum tempo atrás, soube-se que os presos de Guantánamo eram torturados com a repetição incessante e no volume mais alto de canções da série de televisão Vila Sésamo.

Agora, o grande clássico de Don McLean do final dos anos 60, American Pie, aparece vinculado a mais um ato macabro.

O site Liveleaks – cujo espírito é parecido com o do Wikileaks – vazou um vídeo que já está correndo o mundo e provocando raiva e indignação na maior parte das pessoas que o vêem.

Nele, num helicóptero de guerra Apache, um soldado americano prepara cuidadosamente a mira e acerta uma bomba num homem no meio de uma rua no Afeganistão. Ele canta enquanto o homem atingido está em chamas: “Bye, bye, Miss American Pie.”

No Liveleaks, quem postou o vídeo – feito aparentemente em 2009 – afirma que o morto era um sitiante afegão. Não existe ainda confirmação disso.

Não surpreende o que está acontecendo com frequência cada vez maior no Afeganistão: soldados afegãos, que teoricamente são aliados das forças ocidentais comandadas pelos Estados Unidos, têm matado americanos, ingleses etc. Repito: soldados afegãos, e não insurgentes, estão atacando tropas do Ocidente. Quando ocorre esse tipo de coisa, é porque a situação já passou há muito do ponto em que pode encontrar solução. O Afeganistão, para os Estados Unidos, é um outro Vietnã.

Em sua soberba brutal e ignorante, os americanos parecem desconhecer quanto são odiados. Quando Saddam Hussein foi batido e morto na gestão Bush, os Estados Unidos imaginavam que seriam saudados pelos iraquianos como salvadores e libertadores. Foram apanhados de surpresa pelo repúdio armado de iraquianos que podiam não querer Hussein, mas muito menos aceitariam qualquer governo apoiado pelos Estados Unidos.

Numa de suas célebres catilinárias, Cicero disse a um homem – Catilina – em quem via intenções tiranas sobre os romanos: “Até quando você vai abusar da nossa paciência?”

É uma pergunta aplicada aos Estados Unidos, que em seu declínio econômico vai mostrando uma selvageria sem paralelo na história. “Até quando vocês vão abusar da paciência do mundo?”