
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, afirmou nesta segunda-feira (2) que a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o 7 de setembro é um ato em defesa da “democracia e da liberdade”. Durante uma sabatina na rádio Eldorado FM, ele destacou que o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve ser um dos principais temas da manifestação, é uma questão que cabe ao Senado decidir.
“Não vou defender impeachment, quem tem que tratar do impeachment são os senadores, compete aos senadores definir se existe algo de errado ou não. Estarei ali como cidadão defendendo a liberdade, a democracia. A manifestação é para garantir o Estado democrático de direito, quem tem que defender o impeachment é o Senado, eu vou estar lá defendendo a democracia, defendendo a liberdade, que é o que sempre defendi”, declarou Nunes.
O ato na Avenida Paulista, em São Paulo, convocado por Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, é esperado para trazer discursos fortes contra Moraes. Nunes confirmou que estará presente no trio elétrico, mas não pretende discursar.
Na última semana, o ex-presidente afirmou em um vídeo que “qualquer candidato a prefeito da capital” está autorizado a participar, o que abre a possibilidade de que Pablo Marçal (PRTB), adversário de Nunes na corrida pela prefeitura e competidor pelo apoio dos eleitores bolsonaristas, também esteja presente no evento.
Quando questionado sobre a possibilidade de participar de um ato que pode incluir bandeiras em defesa da ditadura militar ou do impeachment de ministros do Supremo, Nunes foi enfático ao afirmar que não se sentirá desconfortável.

“Eu não vou levantar faixa nenhuma, vou estar lá com a minha camisa amarela demonstrando minha defesa enfática da democracia, da liberdade, não vou me constranger com nada que outras pessoas façam. O meu comportamento é de quem sempre defendeu a democracia. Eu sou prefeito da maior cidade da América Latina, tenho consciência da minha responsabilidade daquilo que eu preciso me posicionar. Como prefeito eu jamais vou cometer uma fala irresponsável pelo exercício do meu cargo, quem decide isso são os senadores, cabe aos senadores fazer a avaliação, cabe a imprensa e cabe a todos nós”, disse.
Em relação às políticas voltadas para a população LGBTQIA+, Nunes foi questionado se sente pressão dos bolsonaristas para interrompê-las. O prefeito respondeu que “não existe bolsonarista contra pessoas trans” e destacou as ações que tomou para essa comunidade, como abrigos e programas de emprego e renda.
“Eu não tenho pressão nenhuma, de ninguém, sobre nada das políticas públicas que eu faço. O que eu tenho é um orgulho enorme de que eu governo para todos. Eu fui a pessoa que fez o primeiro centro de acompanhamento para as pessoas trans. O TransCidadania (política criada na gestão Fernando Haddad) foi para 100 pessoas ganhando R$ 500. Eu tenho mais de 600 ganhando mais de R$ 1.200. Então, aí tem um programa de verdade. Toda a população que vive nessa cidade vai continuar sendo super bem cuidada por mim. Homens, mulheres, negros, trans. Eu nunca vi nada relacionado à pergunta que você fez, não existe ninguém bolsonarista que é contra trans. Eu desconheço esse tipo de colocação”, concluiu Nunes.
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