
Cerca de 9,2 mil pessoas participaram, na tarde deste domingo (7), do ato contra o feminicídio na Avenida Paulista, em São Paulo. Organizado pelo Movimento Nacional Mulheres Vivas, o protesto ocupou os dois sentidos da via em frente ao MASP por volta das 14h e teve adesão muito superior à da manifestação pró-Bolsonaro realizada no mesmo dia — que reuniu aproximadamente 1,4 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap e a ONG More in Common.
A estimativa para o ato das mulheres foi feita a partir de 12 fotos aéreas registradas em três horários distintos, com pico às 15h45. Com margem de erro de 12%, o público variou entre 8,1 mil e 10,3 mil manifestantes. Já a “Caminhada pela liberdade e anistia” – em defesa ao ex-presidente Jair Bolsonaro que está preso – teve baixa adesão, com contagem baseada em quatro imagens que aponta o pico às 15h08, indicando público entre 1,2 mil e 1,5 mil.

O protesto Mulheres Vivas ocorreu em meio a casos que chocaram o país nos últimos dias, como o de Tainara Souza Santos, 30, que teve as pernas amputadas após ser arrastada por mais de 1 km pelo ex-companheiro, e o de uma mulher de 38 anos baleada seis vezes por um ex-namorado dentro de uma pastelaria. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, só a capital registrou 53 feminicídios entre janeiro e outubro de 2025, maior número desde o início da série histórica, em 2015. No estado, foram 207 casos, alta de 8% em relação ao mesmo período de 2024.
Lotamos o ato na Paulista! Vamos avançar! Basta de violência! Basta de femininicidios.
QUEREMOS MULHERES VIVAS pic.twitter.com/oEqNYa01dP
— Kriska Pimentinha (@KriskaCarvalho) December 7, 2025
Parem de nos matar!
Ato Mulheres Vivas na Paulista.#queremosmulheresvivas
Video: Elineudo Meira / CC Midia NINJA pic.twitter.com/iyerrLrTRp— ELLA (@planetaella) December 7, 2025
Enquanto milhares pediam justiça e políticas de proteção às mulheres, a poucos metros acontecia o ato pró-Bolsonaro, que defendia anistia ao ex-presidente e criticava o PL da Anistia e a PEC da Blindagem. Os manifestantes vestiam verde e amarelo e entoavam palavras de ordem pela liberdade de Jair Bolsonaro.
Durante o ato bolsonarista, o vice-prefeito Coronel Mello Araújo (PL) afirmou que, embora a luta contra o feminicídio seja um tema relevante, “a pauta do dia é a anistia”. Ele também declarou que não participaria da manifestação em memória das mulheres assassinadas — posição que gerou críticas nas redes sociais após a divulgação das imagens do protesto feminino, que superou amplamente o público do ato político.
