Ator, humorista, apresentador, escritor e diretor: Conheça a trajetória de Jô Soares

Atualizado em 5 de agosto de 2022 às 7:37
Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução
Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução

José Eugênio Soares, mais conhecido como Jô Soares, nasceu em 1 de janeiro de 1938 no Rio de Janeiro. Foi humorista, apresentador de televisão, escritor, diretor e ator.

Foi o único filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Pereira Leal. Pelo lado materno, foi bisneto do conselheiro Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que, no Brasil Imperial, foi governador do Estado do Espírito Santo. Por parte de seu pai, foi sobrinho-bisneto de Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba.

Jô queria ser diplomata quando criança. Estudou no Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro; no Colégio São José, em Petrópolis; e em Lausana, na Suíça, no Lycée Jaccard, com este objetivo. Porém, percebeu que o senso de humor apurado e a criatividade inata apontavam para outra direção.

Jô trabalhou nas emissoras Continental, TV Rio, Tupi, Excelsior, Record, SBT e na Globo. Sua carreira como apresentador começou no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) com o programa “Jô Soares Onze e Meia”, que foi ao ar entre 1988 e 1999. Em 2000, o humorista iniciou aquele que se tornou seu programa mais famoso, o “Programa do Jô”, encerrado em 2016.

Sua estreia na televisão aconteceu em 1956, no elenco da Praça da Alegria, na época na RecordTV, onde ficou por 10 anos. Em 1965, Jô protagonizou a única novela de sua carreira, a comédia Ceará contra 007, a trama de maior audiência naquele ano no Brasil. Também na Record.

Miele e Jô Soares — Foto: TV Globo/CEDOC
Jô Soares — Foto: TV Globo

1967, em “Família Trapo”, roteirizava ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega e atuava como Gordon, o mordomo atrapalhado e descompensado. Último trabalho na Record.

No ano de 1971,  “Faça Humor, Não Faça Guerra” foi primeiro humorístico da TV Globo a contar a com a participação do comediante. O programa em meio à Guerra Fria e ao conflito do Vietnã brincava com o slogan pacifista hippie “Make love, don’t make war” (Faça amor, não faça a guerra).

Jô Soares — Foto: TV Globo
Jô Soares — Foto: TV Globo

“Satiricom”, novo humorístico da TV Globo em 1973, com direção de Augusto César Vanucci, realizava roteiros com Max Nunes e Haroldo Barbosa. A atração satirizava o título do filme homônimo de Federico Fellini – “Satyricon”. Na promoção do programa, todavia, diziam que era a “sátira da comunicação” num mundo que tinha virado uma “aldeia global”, expressão que esteve na moda depois dos primeiros anos da TV via satélite.

1976, “Planeta dos Homens”, nova sátira com o cinema – desta vez, a série cinematográfica “O Planeta dos Macacos”, atuava com roteiros de Haroldo Barbosa.

Em 1981 o “Viva o Gordo”, com direção de Walter Lacet e Francisco Milani, foi o primeiro programa solo dele. Tinha roteiros de Armando Costa. Deu origem ao espetáculo do gênero “one man show” de Jô chamado “Viva o Gordo, Abaixo o Regime” (sátira explícita ao Golpe Militar de 1964 ainda vigente àquela época). As aberturas do programa brincavam com efeitos especiais usando técnica de inserção de imagens de Jô entre cenas famosas do cinema (como em “Cliente Morto Não Paga” e “Zelig”) ou “contracenando” com políticos nacionais e internacionais, como Orestes Quercia, Jânio Quadros, Ronald Reagan etc.

Jô Soares e Paulo Silvino interpretam de São Cosme e Damião no 'Viva O Gordo' — Foto: Reprodução/Globo
Jô Soares e Paulo Silvino interpretando São Cosme e Damião no ‘Viva O Gordo’ Foto: Reprodução/Globo

Em 1982 participou do “Chico Anysio Show”.

Retrato dos humoristas Jô Soares e Chico Anysio em 1985 — Foto: Geraldo Guimarães/Estadão Conteúdo
Retrato dos humoristas Jô Soares e Chico Anysio Foto por: Geraldo Guimarães/Estadão Conteúdo

Em 1983 teve participação no musical infantil “Plunct, Plact, Zuuum” e comentarista no Jornal da Globo até 1987.

Em 1988, “Veja o Gordo”, estreiou no SBT com o mesmo estilo do “Viva o Gordo” da Rede Globo. Estréia nesse ano, ainda no SBT, o talk show “Jô Soares Onze e Meia” (1988–1999).

Jô Soares como Bô Francineide no programa "Viva o Gordo" — Foto: Reprodução TV Globo
Jô Soares como Bô Francineide no programa “Viva o Gordo” — Foto: Reprodução TV Globo

Nos anos 2000, foi trazido de volta para a Rede Globo, onde apresentou o Programa do Jô até 2016, e fez participação no especial de Natal do programa “Sai de Baixo” — episódio “No Natal a Gente Vem Te Mudar” (sátira ao título da peça de Naum Alves de Souza, “No Natal a Gente Vem Te Buscar”) como Papai Noel.

Gravação do programa do Jô Soares, com a participação de Hebe Camargo em 2000 — Foto: Almeida Rocha/Folhapress
Gravação do programa do Jô Soares, com a participação de Hebe Camargo em 2000 — Foto: Almeida Rocha/Folhapress

Em 2018 participou como comentarista do programa Debate Final, no Fox Sports, debatendo sobre a Copa do Mundo FIFA de 2018.

Veja mais algumas fotos da carreira de Jô:

“Sois rei, sois rei” - Jô Soares (personagem Reizinho) — Foto: reprodução Globo News
“Sois rei, sois rei” – Jô Soares (personagem Reizinho) — Foto: reprodução Globo News
Em 2012, Fátima Bernardes celebrou 2 anos de "Encontro" e recebeu diversos convidados no programa, incluindo Pedro Bial e Jô Soares — Foto: Globo/Renato Rocha Miranda
Em 2012, Fátima Bernardes celebrou 2 anos de “Encontro” e recebeu diversos convidados no programa, incluindo Pedro Bial e Jô Soares — Foto: Globo/Renato Rocha Miranda
Jô Soares entrevista Pelé — Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal
Jô Soares entrevista Pelé — Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal
Erasmo Carlos durante entrevista ao programa de Jô Soares — Foto: Globo/Ramón Vasconcelos
Erasmo Carlos durante entrevista ao programa de Jô Soares — Foto: Globo/Ramón Vasconcelos
Roberto Carlos foi entrevistado por Jô Soares em 2011 — Foto: TV Globo/ Zé Paulo Cardeal
Roberto Carlos foi entrevistado por Jô Soares em 2011 — Foto: TV Globo/ Zé Paulo Cardeal

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link