Precisamos ser mais empáticos! O que acontece hoje na cidade do Rio de Janeiro demonstra o quanto somos afetados uns pelos outros.
É importante nos informar, saber do que está acontecendo, e o exercício que eu proponho é que, mesmo diante do caos, a gente tente acalmar nossas mentes e corações.
Meditando, rezando, conversando com suas crianças dentro de casa. Sou da favela da Rocinha, sou cria do morro! Vivi momentos difíceis…
Muitas vezes não tinha água pra tomar banho, faltava luz, quando rolava tiroteio, a brincadeira dentro de casa era adivinhar de qual arma tinha saído o disparo… E acreditem: infelizmente a gente sabia (Que merda né ? Nenhuma criança deveria saber).
Mas também tive lindos momentos de uma infância livre, feliz, brincando descalça, subindo em árvores. E é isso que desejo para os moradores das favelas cariocas: a alegria e tranquilidade novamente.
Na infância eu não tinha muito brinquedo porque quem mora na favela geralmente não tem muito dinheiro. Mas a minha imaginação, a dos meus irmãos e primos nos tornava livres para inventar o que bem quiséssemos!
Hoje, aos 25 anos, eu não moro mais lá. Moro no Humaitá, zona sul do Rio de Janeiro. E vendo aqui da minha janela, a cidade está calma… funcionando normalmente… Mas meu coração está aflito… toda a minha família mora na Rocinha ainda.
Ascender socialmente sozinha tem alguma valia? Como diz a música dos Racionais Mcs: “o dinheiro tira o homem da miséria, mas não pode arrancar de dentro dele a favela. São poucos que entram em campo pra vencer. A alma guarda o que a mente tenta esquecer”.
Diante desse verso me pergunto: Qual a nossa responsabilidade diante do caos em que se encontra a cidade? De que forma podemos ajudar? Te convido a fazer o mesmo! O mundo está precisando de amor e afeto! Meu coração é favela e amor. Aos moradores da Rocinha e Santa Marta, todo o meu carinho! Vocês estão em minhas preces e orações! Que Oxalá nos proteja!
Jéssica Ellen