ÁUDIO: Ex-cunhada de Bolsonaro diz que ele demitiu seu irmão por recusa em entregar salário

Atualizado em 5 de julho de 2021 às 7:12
Andrea Siqueira Valle aponta envolvimento direto de Jair Bolsonaro na “rachadinha”. Foto: Reprodução

Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Jair Bolsonaro, afirmou em gravação que ele demitiu seu irmão, André Siqueira Valle, após ele se recusar a entregar a maior parte de seu salário como assessor.

À época deputado federal, Jair exigia grande parte dos salários dos parentes da ex-esposa, Ana Cristina Siqueira Valle, que trabalhavam em seu gabinete.

Ele é apontado como envolvido direto no esquema da “rachadinha”.

Segundo Andrea, o irmão foi retirado do cargo por não entregar o valor combinado, cerca de 90% do salário.

A ex-cunhada foi a primeira de 18 parentes de Ana Cristina nomeada nos gabinetes da família Bolsonaro.

“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’. Não sei o que deu pra ele”, relata.

André Valle foi assessor do deputado Jair entre 2006 e 2007.

Andrea relata que sabe de “muita coisa” que pode “ferrar a vida” de Jair, Flávio e Ana Cristina, sua irmã.

A ex-cunhada do presidente ainda disse, sem citar nomes, que mandam ela ficar “quietinha”.

Ela ainda implicou Guilherme Hudson no esquema, tio dela e da irmã, Ana Cristina.

Ele é coronel da reserva do Exército e, segundo Andrea, recolhia o dinheiro dos salários.

“O tio Hudson também já até tirou o corpo fora porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e me buscava no banco era ele”.

Andrea confessou que participou do esquema e tentou fazer contato com a irmã, Ana Cristina, Flávio Bolsonaro e o tio, coronel Hudson, mas ninguém quis atendê-la.

“Porque assim, eu procurei a Cristina, o tio, liguei para o gabinete do Flávio para saber o que tinha que fazer, fiquei com medo de complicar as coisas para eles, ainda pensei neles”.

“Na hora que eu estava aí fornecendo também e ele estava me ajudando porque eu ficava com mil e pouco e ele ficava com sete mil reais, então assim, certo ou errado agora já foi, não tem jeito de voltar atrás”, finaliza.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.