Em áudio vazado, Mamãe Falei diz que refugiadas pobres da Ucrânia são “fáceis” e sugere turismo sexual

Em viagem pela Ucrânia supostamente querendo ajudar na resistência contra a invasão russa, o deputado estadual paulista Arthur do Val (Podemos), conhecido como Mamãe Falei, enviou áudios em um grupo do Movimento Brasil Livre com uma série de comentários machistas sobre as refugiadas e dando a entender que o MBL faz turismo sexual.

O parlamentar paulista, aliado de Sergio Moro, viajou para o leste-europeu na semana passada, junto com Renan Santos, líder do MBL. Os dois ficaram alguns dias na Eslovênia, próxima da fronteira com a Ucrânia. Na quinta-feira (3), o pré-candidato ao governo de SP entrou no país governado por Volodymyr Zelensky.

Arthur publicou uma imagem ao lado de garrafas e contou aos seus seguidores que estava ajudando a produzir coquetel molotov. Na tarde desta sexta (4), postou um Story no Instagram entrando em um trem e avisando que estava retornando ao Brasil.

O DCM teve acesso aos áudios e transcreve abaixo. Ela fala de sua viagem pela Ucrânia.

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Leia a transcrição dos áudios de Mamãe Falei

“Ah, cara, detalhe: Elas olham. Vou te dizer, elas são fáceis porque elas são pobres. Aqui, cara, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história. Nossa velho! Não peguei ninguém, mas colei em duas minas, que a gente não tinha tempo.

Essas minas em São Paulo a gente dá bom dia e elas iriam cuspir na nossa cara. Aqui elas são super simpáticas e gente boa. É inacreditável”.

“Assim, elas são ‘gold diggers’, é assim que se chama. O Renan [Santos] faz uma viagem todo ano, que nos últimos três anos ele não fez. Chama-se ‘tour the blonde’. O que ele faz? Ele viaja os países só para pegar loiras. Só que ele tem técnicas. Ele já está avançado. E ele me deu algumas dicas.

Você nunca pode ir em cidades litorâneas. Você nunca pode ir nas cidades com as maiores baladas. Você tem que ir para as cidades normais, porque você pega as minas assim, não na balada, na praia. Você pega ela no mercado. Você pega ela na padaria. Que nem a recepcionista do hotel que deu em cima de mim aqui.

Falei: ‘meu Deus, não é possível que isso esteja acontecendo. É uma mentira, um filme. Não é possível que esteja acontecendo’. E é isso. E essas cidades mais pobres são as melhores. Juro por Deus. É outro mundo. Tenho 35 anos e nunca vivi isso.

E eu nem peguei ninguém aqui. Só a sensação de que eu poderia fazer, enfim, já sabem. Já estou comprando minha passagem pro Leste Europeu no ano que vem. Assim que eu chegar em São Paulo”.

Ouça os áudios.

O MBL ainda não se manifestou sobre esse material. Por isso o espaço está aberto aqui para uma manifestação deles.

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