Áudios e vídeos mostram deboche de criminosos na Baixada Santista (SP): “Bala na polícia, pai”

Atualizado em 6 de abril de 2024 às 12:37
Criminosos mostrando armas. Foto: reprodução

A Baixada Santista tem sido cenário de confrontos entre as forças de segurança e o crime organizado nos últimos meses. A região é crucial para o Primeiro Comando da Capital (PCC) enviar cocaína para a Europa através do Porto de Santos.

Com o intuito de combater o tráfico internacional de drogas, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) intensificou a presença policial na área, o que tem aumentado a tensão com a facção. Além dos delitos comuns, o PCC tem realizado ataques contra agentes do Estado.

Durante um desses ataques, o celular de um soldado do PCC foi deixado próximo ao veículo utilizado no crime e foi apreendido pela polícia. Nele, foram encontrados áudios e vídeos que revelam os bastidores do crime na Baixada Santista, conforme informações do Metrópoles.

O proprietário do aparelho é Ronaldi Lins dos Santos, de 22 anos, identificado como soldado do PCC na região. Ele foi reconhecido e está preso por disparar com um fuzil contra os policiais Najara Fátima Gomes e José Augusto Rodrigues, em 1º de agosto do ano passado, no bairro Campo Grande. Ambos os policiais sobreviveram.

Montagem com duas fotos, do mesmo homem, segurando um fuzil (esq) e uma pistola (dir) - Metrópoles
Ronaldi Lins dos Santos. Foto: reprodução

A apreensão do celular, além de conectá-lo à tentativa de homicídio dos dois PMs, auxiliou na identificação de Santos como autor de roubos, tráfico de drogas e associação criminosa. Isso foi possível com base em áudios de WhatsApp trocados com outros criminosos e vídeos armazenados no aparelho, nos quais zombam da polícia.

Roubos

Um dos registros datou em maio de 2023, quando Ronaldi e seu grupo perpetraram o roubo sequencial de dois veículos, empregando fuzis e ocultando suas identidades com capuzes.

Posteriormente a esses roubos, Ronaldi dirigiu-se ao Morro São Bento, onde relata nos áudios um confronto armado com policiais que faziam a patrulha na área: “Os caras [PMs] foram lá, apareceu correndo [sic] … dei uma pá de tiro, filhote. Acabei de meter bala nos caras [PM] ‘fio’, Agora, na Força [Tática] ‘fio. É bala na polícia aqui, pai, aqui é daquele jeitão.”

Três dias após o roubo dos veículos, Ronaldi esteve envolvido em outro assalto a um automóvel, compartilhando com um comparsa fotos retiradas do celular da vítima, que também foi subtraído por ele.

No último dia de maio do ano passado, Ronaldi enviou uma mensagem de voz na qual discutia planos para atacar uma delegacia no litoral, supostamente em retaliação à prisão de um cúmplice, conforme investigação da Polícia Civil. No áudio, ele ressalta ter recebido autorização dos “irmãos” do PCC para executar o ataque.

Na análise do celular apreendido, foram encontradas evidências relacionadas à contabilidade do tráfico de drogas, além de numerosas fotografias de Ronaldi ostentando armamento pesado, junto com outros criminosos já identificados.

Um outro vídeo mostra o criminoso segurando uma pistola, na qual é visível o brasão da Polícia Civil de São Paulo. “Olha a [pistola] Glock da polícia”, ressalta Ronaldi.

 

Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link