
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como o principal operador de um esquema bilionário de propinas e créditos irregulares de ICMS na Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP), contratou o advogado Paulo da Cunha Bueno, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para representá-lo, conforme informações da Folha de S.Paulo. A investigação faz parte da Operação Ícaro, deflagrada na terça-feira (13).
Segundo o MP-SP, Artur orientava executivos de grandes redes varejistas, elaborava documentos, acelerava análises e autorizava a transferência de créditos de ICMS para empresas. Ele também teria contratado uma empresa de cibersegurança para ocultar ou recuperar ativos ilícitos.

Preso no 8º Distrito Policial, no Belenzinho, zona leste da capital, o auditor é acusado de usar a empresa de fachada Smart Tax — registrada no nome de sua mãe — para receber milhões da Fast Shop, superfaturar valores de ressarcimento e ampliar seu patrimônio de R$ 411 mil, em 2021, para cerca de R$ 2 bilhões, em 2023.
A operação também prendeu o empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, o diretor estatutário da Fast Shop, Mario Otávio Gomes, o auditor Marcelo de Almeida Gouveia e o casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e sua esposa, em Mato Grosso — na casa deles, foram apreendidos mais de R$ 1,2 milhão e pedras preciosas, incluindo esmeraldas.
Além das prisões temporárias, até o momento foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas investigadas.
Outras empresas citadas nas investigações incluem Allmix Distribuidora, Rede 28 Postos de Combustíveis, Kalunga e o Grupo Nós, dono da OXXO.
A Sefaz-SP informou que está à disposição para colaborar com a investigação, por meio de sua Corregedoria da Fiscalização Tributária, e instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta do auditor envolvido.