Aumenta a violência dos colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia

Atualizado em 19 de novembro de 2023 às 11:24
Colono israelense na Cisjordânia. Reprodução

À medida que a atenção se volta para as vítimas da ofensiva na Faixa de Gaza, há relatos de aumento da violência por parte de soldados e colonos israelenses contra os palestinos na Cisjordânia.

Desde 7 de outubro, os ataques em toda a extensão do território ocupado resultaram em 200 mortes e mais de 1.000 deslocamentos forçados, conforme dados da Ocha, braço humanitário das Nações Unidas na região.

Após os ataques terroristas do Hamas, que deixaram 1.200 mortos no sul de Israel, soldados israelenses mataram 191 pessoas na Cisjordânia, incluindo 51 crianças. Muitas dessas mortes ocorreram durante incursões em Jenin e Tulkarem, além de confrontos com manifestantes, resultando em mais de 2.000 prisões.

Colonos israelenses, protegidos por forças de ocupação, têm perpetrado ataques a vilarejos e povoados palestinos. Nos últimos tempos, ocorreram 251 ataques de colonos, resultando em oito mortes, incluindo uma criança, além de danos à infraestrutura e lavouras. Simultaneamente, ataques de colonos tornaram-se mais frequentes e violentos, com uma média de seis por dia desde outubro.

A campanha de intimidação provocou um novo deslocamento em massa, com mais de 143 famílias, totalizando 1.014 pessoas, deixando suas terras em cerca de 15 vilarejos beduínos. O vilarejo de Khirbet Zanuta, por exemplo, enfrentou ataques recorrentes de colonos, levando os residentes a abandonarem o local.

Além disso, a impunidade prevalece nos ataques dos colonos, com 93% dos casos de 2005 a 2022, segundo a ONG israelense Yesh Din, sem indiciamento. Enquanto Israel justifica sua ofensiva em Gaza pelo combate ao Hamas, na Cisjordânia, a situação é diferente, já que o território não é governado pelo grupo terrorista e é parcialmente administrado pela Autoridade Nacional Palestina.

A presença de colonos na Cisjordânia, especialmente na área C, onde Israel exerce controle total, viola leis internacionais e complica as negociações de paz. Os colonos, justificando sua presença com base em locais sagrados para o judaísmo, têm sido apoiados pelo governo israelense, o que aumenta as tensões na região.

A colonização da Cisjordânia é vista como estratégica para o projeto de anexação do território, representando um desafio aos esforços de criação de um Estado palestino. A postura de colonos extremistas tem sido criticada até por aliados de Israel, como os EUA e a França.

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