Autoridade de Bolsonaro se dissolve como Sonrisal em copo d’água. Por Gilberto Maringoni

Atualizado em 7 de abril de 2020 às 7:56
Jair Bolsonaro. | Photo: AFP

Publicado originalmente no perfil de Facebook do autor

EX-PRESIDENTE EM EXERCÍCIO

JAIR BOLSONARO FOI ENQUADRADO ontem (6) ao final do dia – tudo indica – por pressões de uma frente composta por setores militares, presidentes da Câmara e do Senado e membros do STF.

Trata-se de uma derrota pesada para o Boçal. Não consegue sequer demitir seu ministro da Saúde (do mesmo partido de Maia e Alcolumbre). Sua autoridade se dissolve como Sonrisal em copo d’água.

A POPULARIDADE DE MANDETTA, captada pelo DataFolha, deve entrar na conta, assim como o longo documento do Centro de Estudos Estratégicos do Exército, divulgado pela manhã. O arrazoado recomenda isolamento sanitário, como recomenda a OMS, ao contrário do preconizado pelo miliciano.

No início da tarde, João Dória acionou sua artilharia verbal, em coletiva de imprensa. Após citar diversas personalidades mundiais favoráveis à quarentena – incluindo o Papa -, o tucano disparou: “Será que um único presidente da República no mundo é o certo?”

A convocação presidencial para o jejum nacional no Domingo de Ramos resultou em fiasco. Sem poder reunir grandes concentrações de fiéis, os bispos-picaretas gastaram saliva à toa e não puderam exibir cenas de teatralidade canastrã em seus canais de TV.

BOLSONARO SEGUIRÁ AÇULANDO sua manada – talvez até com mais raiva -, mas com eco cada vez menor. O Jornal Nacional desde a semana passada o ignora. Quer afogá-lo num tsunami de silêncio, sem esquecer de acusá-lo cotidianamente como responsável último pelo fato da ajuda de R$ 600 não chegar às mãos dos pobres.

Não há golpe branco, como diversos sites especularam mundo afora. Há uma focinheira sendo ajustada à força nas mandíbulas de um hidrófobo. Bolsonaro é hoje um trapo político, algo pior que um pato manco.

Temos literalmente um ex-presidente em exercício.