Avaliação negativa de Bolsonaro na pandemia vai a 49%, diz Vox Populi

Atualizado em 14 de julho de 2020 às 11:43
Jair Bolsonaro. Foto: AFP

PUBLICADO NA REDE BRASIL ATUAL

POR TIAGO PEREIRA

A avaliação negativa do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de coronavírus subiu de 42% para 49%, segundo pesquisa Vox Populi divulgada nesta terça-feira (14). Os que avaliam positivamente passaram de 34% para 24%. Já os que consideram regular a sua atuação saíram de 21% para 24%. Outros 2% não souberam responder, ante 3% registrado no levantamento anterior, realizado em abril.

A principal justificativa para essas mudanças, segundo o sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi, é a administração “calamitosa” de Bolsonaro no combate à pandemia. O Brasil é um dos destaques negativos, puxando a média diária de novos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Só falou bobagem e agiu equivocadamente. Liderou reação às formas conhecidas internacionalmente como eficazes para administrar a doença. E está agora pagando o preço. A reprovação aumenta a cada pesquisa”, afirmou Coimbra em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual.

Somam 63% aqueles que acreditam totalmente que o Brasil estaria em melhor situação se Bolsonaro tivesse apoiado o isolamento social, em vez de sabotá-lo. Outros 12% concordam em parte com esta afirmação. Os que discordam somam 21% (12% discordam totalmente e, 9%, parcialmente)

Avaliação geral

No geral, a avaliação negativa do presidente subiu de 38% para 44%. Além disso, a avaliação positiva caiu de 35% para 31%, em relação ao levantamento anterior. Os que consideram o desempenho regular mantiveram-se estáveis, em 23%, ante 24% registrado anteriormente. Outros 2% não souberam ou não quiseram responder, ante 3% em abril.

Coimbra destaca que a deterioração da avaliação de Bolsonaro ocorre em todos os estratos e segmentos da população, na comparação com a pesquisa Vox Populi realizada em abril.

Religião

Embora cerca de um terço do eleitorado continue a avaliar positivamente o governo Bolsonaro, a pesquisa registrou forte queda no apoio em segmentos estratégicos. Entre os evangélicos, por exemplo, a avaliação positiva caiu 10 pontos (de 54% para 44%). Os que avaliam negativamente a sua gestão subiram na mesma proporção (de 20% para 30%), e 24% dos entrevistados não quiseram ou não souberam responder. Antes, eram 23%.

Por outro lado, entre católicos, os que avaliam Bolsonaro positivamente saíram de 34% para 29%. Já a avaliação negativa saltou de 37% para 42%. Assim como os evangélicos, também ficou estável o número de católicos que não souberam ou não quiseram responder (de 25% para 26%).

Gênero

Entre as mulheres, a percepção negativa em relação ao presidente foi a 51%, ante 44% na pesquisa anterior. A avaliação positiva caiu sete pontos, de 31% para 24%. Outros 22% consideram regular, mesmo índice de abril. Também ficou estável o número dos que não souberam ou não quiseram opinar (3%)

Entre os homens, a situação do presidente é um pouco melhor. A avaliação positiva oscilou de 41% para 40%. Ainda assim, os que avaliam Bolsonaro negativamente somaram 35%, ante 31 da pesquisa anterior. Os que consideram regular oscilaram de 26% para 24%.

Regiões

O Sudeste é a região que registrou maior variação em relação à pesquisa anterior. Antes, 41% avaliavam Bolsonaro negativamente, e agora são 51%. A avaliação positiva caiu de 34% para 24%. Os que consideram regular oscilaram de 22% para 23%.

No Nordeste, a rejeição a Bolsonaro foi a 44%, ante 41% em abril. Já a avaliação positiva do presidente também subiu, de 27% para 32%. Os que consideram regular eram 28%, e agora são 23%.

No Sul, a avaliação positiva caiu de 45% para 41%. A negativa subiu de 32% para 36%, e os que consideram regular oscilaram de 19% para 20%.

No Centro-oeste, o tombo da avaliação positiva foi de 43% para 35%. A negativa subiu de 31% para 34%. E os que consideram regular somaram 31%, ante 25% registrado em abril.

Escolaridade

Entre os eleitores com ensino fundamental, a avaliação negativa de Bolsonaro saltou de 30% para 40%. A positiva caiu de 42% para 33%. Os que consideram regular somam 24%, mesmo índice registrado anteriormente.

A avaliação negativa também subiu, de 40% para 46% entre os eleitores com ensino médio. Caiu de 33% para 28% os que avaliam positivamente o presidente. Já os que consideram regular oscilaram de 25% para 24%.

Por outro lado, entre aqueles com ensino superior, houve melhora da imagem do presidente. Antes 55% avaliavam negativamente, e agora são 51%. A avaliação positiva foi de 24% para 30%. Ademais, os regulares oscilaram de 19% para 18%.

A pesquisa foi realizada entre 25 de junho e 3 de julho, com 1.500 entrevistas de abrangência nacional realizadas por telefone. A margem de erro é de 2,5%, com intervalo de confiança estimada de 95%.