
Duas aeronaves militares dos Estados Unidos foram vistas na costa da Venezuela na quarta (20), em meio ao cerco do governo Donald Trump contra Nicolás Maduro, acusado por Washington de chefiar um cartel de drogas. Além dos aviões, três navios de guerra americanos (USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson) também operam na região.
Um avião de patrulha marítima Poseidon P-8, da Marinha, partiu de San Juan, em Porto Rico, e realizou voos circulares perto de Aruba, no norte da Venezuela. A missão, segundo militares, é localizar semissubmersíveis usados pelo narcotráfico para enviar drogas ao México, que posteriormente seguem para os Estados Unidos.
Em paralelo, um Boeing E-3 Sentry, da Força Aérea, foi detectado em voo sobre a costa venezuelana, empregado em operações de identificação de alvos estratégicos. De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, os navios podem ser empregados em ações de inteligência e até em ataques contra posições em terra.
A movimentação aumenta a tensão no Caribe, especialmente após os EUA dobrarem, no início de agosto, a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões).
E-3G Sentry AWACS THNDR07 trabajando en el Mar Caribe desde hace al menos 4 horas y media.
El P-8A Poseidon ya tiene más de 3 horas en la misma misión.
Desconozco si hay alguna relación entre esa misión y el retorno del vuelo comercial Conviasa YV3554 que salió con destino a… https://t.co/k1OaCmOSsj pic.twitter.com/6Ms5nsv5hK— 𝘼𝙧𝙧𝙚𝙘𝙝𝙤 (@Arr3ch0) August 20, 2025
O presidente venezuelano reagiu ao avanço das forças americanas afirmando que o país “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras” diante do que chamou de “ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”.
Maduro ainda anunciou a mobilização de 4,5 milhões de venezuelanos como medida de segurança interna. A Casa Branca, por sua vez, elevou o tom. A porta-voz Karoline Leavitt declarou que os EUA estão prontos para usar “toda a força” contra Maduro.
Estima-se que 4 mil militares americanos, entre marinheiros e fuzileiros navais, sejam deslocados para a região para reforçar o combate a cartéis de drogas classificados como organizações terroristas. O Departamento de Justiça dos EUA afirma que já confiscou US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões) em ativos ligados a Maduro.
Segundo a secretária de Justiça Pam Bondi, o líder chavista não só viola leis de narcóticos americanas, como também mantém vínculos com grupos criminosos como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, além de liderar o Cartel de los Soles “há mais de uma década”.