
Os jatinhos atribuídos ao presidente do União Brasil, Antônio Rueda, estão avaliados em pelo menos R$ 60,4 milhões e têm como proprietário formal o contador Bruno Ferreira Vicente de Queiroz, de 37 anos, segundo registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com informações da coluna de Andreza Matais, do Metrópoles.
Rueda é investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Tank, desdobramento da Operação Carbono Oculto, que apura a infiltração do PCC nos setores de combustíveis e financeiro.
A Anac aponta quatro aeronaves ligadas a Rueda, sendo que duas aparecem registradas em nome de Bruno Ferreira Vicente de Queiroz, natural de Fortaleza e residente em São Paulo. Entre elas estão um Cessna 560 XL, de matrícula PR-LPG e avaliado em R$ 12,5 milhões, e um Gulfstream PS-MRL, vendido em junho deste ano por US$ 4 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões).
O Cessna PR-LPG foi transferido em março para a empresa Magic Aviation, presidida pelo contador. Já o Gulfstream PS-MRL está atualmente em nome da Rovaniemi Participações S.A., também administrada por Bruno, sediada em Fortaleza, com capital social de R$ 1 milhão.
Empresas e conexões
Bruno aparece como presidente, diretor ou sócio em 15 empresas, de acordo com a Receita Federal. Entre elas, a Bariloche Participações S.A., localizada no Itaim Bibi (SP), com capital social de R$ 110 milhões.
A companhia tem entre seus sócios empresas ligadas a empresários do setor de mineração, Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak, alvos da Operação Sisamnes em 2023, que investigou a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Operação de táxi aéreo
As aeronaves atribuídas a Rueda são operadas pela empresa de táxi aéreo Transportes Aéreos Piracicaba (TAP). A mesma companhia já foi utilizada por Roberto Augusto Leme, o Beto Louco, dono da refinaria Copape e alvo da Carbono Oculto. Ele tem passagem por tráfico e é apontado como ligado ao PCC.
Antônio Rueda negou ser dono dos aviões e rejeitou qualquer ligação com os fatos investigados. Segundo ele, seu nome “foi suscitado em um contexto absolutamente infundado”. O dirigente do União Brasil afirmou ainda que “tomará todas as medidas cabíveis para proteger sua reputação”.
