
Esta imagem foi feita na noite deste domingo em Buenos Aires. Cristina Kichner apareceu dançando na sacada do apartamento, no bairro Constitución, por volta das 22h. É sua primeira vingança desde que começou a cumprir prisão domiciliar, em julho, depois de condenada por três juízes ligados ao macrismo corrupção.
Cristina apenas começou a rir da extrema direita, com o massacre que o peronismo-kirchnerista impôs a Javier Milei e Mauricio Macri, na eleição parlamentar (para deputados e senadores estaduais) na província de Buenos Aires.
Os candidatos peronistas venceram por uma diferença de 13 pontos. Com 91% dos votos apurado, até pouco depois das 23h, os candidatos da coligação Fuerza Patria, do peronismo, estavam com 47% dos votos, e os da Libertad Avanza, de Milei, com 33,8%.
Fracassaram a extrema direita e as pesquisas, que previam empate técnico ou, no máximo, uma diferença de quatro pontos pró-peronismo. Venceram o governador da província, Axel Kicillof, e a ex-presidenta Cristina Kirchner.
A província, com 38% dos eleitores do país, é historicamente um reduto peronista. Mas a vitória foi mais avassaladora do que qualquer previsão mais otimista. O peronismo ganhou em 6 dos 8 distritos da província.
E agora? Agora, é esperar para ver Cristina dançando todos os dias na sacada, enquanto começa a ruína do governo fascista e corrupto de Milei, envolto em denúncias em que sua irmã e secretária Karina aparece como viciada em propinas.
🚨 AGORA: Cristina Kirschner comemora a vitória arrasadora do peronismo nas eleições legislativas de Buenos Aires!
A coligação de Cristina fez 47%, o grupo de Milei 34%, uma coligação de centro-esquerda 5% e os comunistas 4%.
“Um terremoto político para Milei”, diz a imprensa. pic.twitter.com/NfCQpUJsPS
— Análise Política 2 (@analise2025) September 8, 2025
Agora, é esperar as reações do mercado financeiro, que já desconfia da capacidade do governo de segurar a cotação do dólar. É aguardar as reações política de dentro do Congresso e dos governadores das províncias.
Agora, é se preparar para a eleição nacional de 27 de outubro, quando serão eleitos deputados e senadores, em todo o país, para as câmaras baixa e alta federais.
Além de Milei, da sua irmã propineira e do seu entorno e da sua base fascista, saem perdedores o ex-presidente Mauricio Macri, da velha direita engolida pela extrema direita de Milei, e os políticos da União Cívica Radical (UCR), tradicionalmente de centro, que aderiram ao projeto do falso libertário.
A Argentina pode se preparar para dias tensos, principalmente a partir de quarta-feira. É que toda quarta, por iniciativa dos aposentados, argentinos de todas as categorias invadem Buenos Aires para caminhadas até o Congresso ou a Casa Rosada.
Essas caminhadas mantiveram os argentinos mobilizados, desde o início do governo de Milei, há um ano e oito meses, o que contribuiu para o que aconteceu no domingo.
São boas as chances de acerto de quem prever que pode acontecer ainda esse ano, com Milei, o que aconteceu com o radical (da UCR) Fernando de la Rúa, derrubado da presidência em dezembro de 2001.
De la Rúa era considerado apenas incompetente. Milei é mentiroso, enganador, incompetente e corrupto, com conexões com máfias internacionais de criptomoedas.
Os argentinos vão se dedicar a partir de agora a um plano de ativismo nas ruas para derrubar o fascista. Eles são bons nisso.