Banco Central alerta para novo ataque hacker contra empresa de pagamento

Atualizado em 6 de setembro de 2025 às 21:13
Imagem ilustrativa sobre ataque hacker
Imagem ilustrativa – Reprodução

O Banco Central (BC) emitiu neste sábado (6) um alerta de segurança para instituições financeiras após identificar um ataque hacker contra a empresa de pagamentos E2 Pay, que não tem autorização para operar no sistema financeiro nacional. Segundo o comunicado, houve subtração indevida de valores e os bancos devem reforçar o monitoramento de todas as transações, inclusive as internas. Com informações da Folha de S.Paulo

O episódio é o quarto ataque cibernético registrado em 2025. Nos casos anteriores, que envolveram as empresas C&M Software e Sinqia, os desvios chegaram a cerca de R$ 1,5 bilhão, escancarando falhas na proteção de intermediários que atuam fora da regulação direta do BC. Até a noite deste sábado, o BC não havia comentado publicamente o incidente, e a E2 Pay não foi localizada pela reportagem.

Diante da escalada de ataques, o BC anunciou recentemente medidas para fechar brechas exploradas por criminosos. Entre elas estão o limite de R$ 15 mil para operações via Pix e TED feitas por instituições de pagamento não autorizadas e regras mais rígidas para credenciamento dos Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI). Também ficou definido que nenhuma empresa poderá iniciar operações sem autorização prévia da autoridade monetária.

Outra frente de preocupação é o uso das chamadas contas-bolsão, frequentemente associadas a fintechs. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, admitiu que o Coaf não consegue rastrear o volume de recursos ilícitos que circula por esses canais. O BC estuda restringir ou até extinguir esse instrumento para reduzir riscos.

O secretário especial da Receita Federal do Brasil, Robinson Barreirinhas. Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

Também está em debate a regulação do modelo de Banking as a Service (BaaS), que permite a terceirização de serviços bancários. A proposta é criar regras específicas para assegurar segurança, solidez e prevenção de fraudes. Segundo o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, a expectativa é concluir ainda este ano a nova normativa, que deverá impor ajustes aos contratos já existentes.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.