Banco do Brasil aciona AGU contra Eduardo Bolsonaro por fake news

Atualizado em 24 de agosto de 2025 às 14:56
Eduardo Bolsonaro. Foto: Reproduçao

O Banco do Brasil (BB) denunciou à Advocacia-Geral da União (AGU) um vídeo publicado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outras postagens que, segundo a instituição, espalham fake news contra o banco e incentivam a retirada em massa de recursos por correntistas. A peça enviada à AGU pede que sejam avaliadas medidas judiciais para coibir a disseminação dessas informações, que, de acordo com o BB, representam risco à economia nacional e podem configurar crimes contra o Estado Democrático de Direito e o Sistema Financeiro Nacional.

No vídeo publicado no dia 20 de agosto, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, afirmou que o Banco do Brasil seria cortado das relações internacionais e poderia falir. O deputado tem mais de 1,7 milhão de seguidores em seu canal no YouTube, o que amplia o alcance da mensagem. Além dele, o BB citou também o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, ligado ao ex-assessor da Presidência Filipe Martins, como autores de postagens difamatórias contra a instituição.

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, criticou publicamente os ataques em evento no dia 20, sem mencionar nomes. Segundo ela, o movimento de desinformação tenta colocar em xeque a credibilidade da instituição e prejudicar a confiança de seus clientes. O banco alerta que mensagens distorcidas sobre a aplicação da Lei Magnitsky, que embasou sanções do governo dos Estados Unidos, vêm sendo usadas para manipular correntistas e gerar temor de supostas “sanções secundárias” inexistentes.

Fachada de Agência do Banco do Brasil
Agência do Banco do Brasil – Divulgação

O documento encaminhado à AGU enfatiza que os ataques tentam colocar o Banco do Brasil contra o Supremo Tribunal Federal (STF), já que as narrativas envolvem medidas relacionadas ao ministro Alexandre de Moraes. Recentemente, o BB cancelou o cartão internacional Mastercard do ministro, substituindo-o por um da bandeira Elo, controlada pelo próprio banco em parceria com Caixa e Bradesco, após sanções decretadas pelo presidente americano Donald Trump.

De acordo com o ofício, o cenário gera risco de corrida bancária artificial baseada em informações falsas disseminadas nas redes sociais, como X, Instagram, Threads e YouTube. O BB relatou que alguns clientes já procuraram esclarecimentos preocupados com a possibilidade de bloqueios ou perdas financeiras.

A instituição destacou que está monitorando os impactos e reforçou que segue sólida, com indicadores de liquidez e governança alinhados às normas do sistema financeiro. A expectativa é que a AGU analise os elementos apresentados e decida sobre eventual ação judicial para frear a propagação de informações falsas contra o banco.