Banco Luso Brasileiro é investigado por lavagem de dinheiro para o PCC

Atualizado em 16 de setembro de 2024 às 17:23
Escritório da Transwolff, empresa de ônibus acusada de lavar dinheiro para o PCC. Foto: Reprodução

O Banco Central (BC) abriu um inquérito para investigar o Banco Luso Brasileiro por possível lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo reportagem dos jornalistas Flávio Costa, Juliana Sayuri e Carla Araújo, no UOL. A autarquia apura a instituição por depositar mais de R$ 20 milhões em uma conta que tinha como sócio o dono de uma companhia de ônibus acusada de elo com a facção.

O Banco Luso fez o depósito em 2015 para a conta de uma holding chamada MJS, segundo investigações do Ministério Público. A empresa teve como sócio Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, e outros membros da Transwolff, empresa de ônibus acusada de lavar dinheiro para o PCC.

A MJS foi incorporada à Transwolff para alavancar o capital da companhia de ônibus e permitir a participação em uma licitação da Prefeitura de São Paulo. A investigação que encontrou indícios de ligações com a facção faz parte da Operação Fim da Linha, que foi deflagrada em abril deste ano.

Segundo o MP, os depósitos feitos pelo banco se caracterizam como “smurfing”, lavagem de capitais que fraciona valores altos em quantias menores para dificultar a identificação do crime. Extratos obtidos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) mostram que o capital da Transwolff foi de R$ 1 milhão para R$ 55 milhões com as operações.

Banco Central. Foto: Agência Senado

A MJS “não desempenhou nenhuma atividade operacional, não teve funcionários, não adquiriu nem alienou nenhum bem imóvel, não possuiu ônibus e não figurou como emitente ou destinatária de nenhuma NFe, tudo a evidenciar que foi criada com o único propósito de alavancar a Transwolff e ocultar a origem ilícita do dinheiro aportado na empresa”, de acordo com o MP.

A documentação do caso foi enviada para o BC e para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela Justiça de São Paulo após pedidos de promotores, que apontaram uma tentativa de ocultar “recursos de origem ilícita” por parte de membros da facção.

O Banco Luso Brasileiro afirmou que não teve acesso às investigações e que só soube da apuração por meio de notícias da imprensa. O BC preferiu não se manifestar sobre o inquérito e afirmou que “não comenta processos e decisões judiciais, nem ações de supervisão em instituições específicas”.

Caso seja comprovada a lavagem de dinheiro para a facção, o Banco Luso pode ter sua autorização de funcionamento cassada no país.

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