Banco Mundial: reforma vai desonerar carga tributária de 50% dos mais pobres

Atualizado em 16 de julho de 2024 às 22:19
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de roupa branca, falando em microfone com bandeira do PT ao fundo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad – Divulgação/PT

Um estudo do Banco Mundial feito sobre a reforma tributária chegou a conclusão que ela beneficia a maioria da população de menor renda, enquanto aumenta a carga para os mais ricos. Contudo, houve uma alteração significativa. 

O Congresso priorizou a desoneração da cesta básica, atendendo a pedidos do setor de alimentos, o que resultou na redução na devolução de impostos para os mais pobres (mecanismo conhecido como cashback). Isso significa que a desoneração para a população de baixa renda será menor do que a inicialmente prevista.

O levantamento foi realizado antes da aprovação da reforma em dezembro do ano passado. Em 2023, o Banco Mundial criou um simulador que permite a qualquer pessoa calcular os impactos da reforma tributária. Este novo simulador considera o texto da emenda constitucional da reforma de 2023 e a versão do projeto de regulamentação aprovado na Câmara na semana passada, que agora será analisado pelo Senado.

A reforma atual reduz a carga tributária sobre o consumo para 50% da população de menor renda, enquanto os 20% mais ricos passarão a contribuir com uma parcela maior dessa arrecadação. Para a classe média, a situação permanece inalterada, pois a proposta original do governo que beneficiava essa parcela foi modificada pelo Congresso.

A desoneração para os mais pobres poderia ser maior. Para os 20% de menor renda, um cashback mais amplo reduziria a carga tributária em 50%, mas agora a queda será de aproximadamente 25%. Isso ocorre porque, com mais produtos na cesta básica isentos de impostos, há menos espaço para a devolução de tributos, o que exige um aumento na tributação sobre outros produtos, como roupas e eletrodomésticos, também consumidos por pessoas de baixa renda.

A inclusão de carnes e outros alimentos na cesta básica aumenta a alíquota dos novos impostos para mais de 27%, de acordo com simulações do Banco Mundial. A Câmara aprovou o primeiro projeto de regulamentação da reforma, que busca limitar a tributação a 26,5%, na última quarta-feira (10). No entanto, as concessões feitas inviabilizam o cumprimento dessa regra.

A estimativa do Ministério da Fazenda para a alíquota de 26,5% é baseada na versão original do projeto e serve apenas como referência. A desoneração da cesta básica trará uma redução significativa na carga sobre alimentos e alguns bens industriais, independentemente da faixa de renda. Até mesmo produtos mais caros, como caviar importado, serão menos taxados se a alíquota final ficar próxima de 26,5%. Com informações da Folha de S.Paulo.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link