Bannon diz que vai para a prisão com aliados após derrotas republicanas e pede “ação urgente”

Atualizado em 6 de novembro de 2025 às 23:31
Steve Bannon, discursando no Bellator Awards 2025. Reprodução

Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca e um dos principais conselheiros da campanha de Donald Trump em 2016, afirmou que pode voltar à prisão caso os democratas retomem o controle da Câmara dos Representantes nas próximas eleições legislativas.

Durante discurso no Bellator Awards 2025, evento promovido pelo Conservative Partnership Institute — organização conservadora que forma ativistas em defesa do “governo limitado e da liberdade individual” —, Bannon alertou que ele e outros aliados de Trump correm risco de serem presos.

“Se perdermos as eleições de meio de mandato e a disputa de 2028, alguns de nós aqui iremos para a prisão, eu incluso”, declarou.

Ele afirmou que a esquerda estaria “cada vez mais radical” e defendeu respostas “mais urgentes e intensas”. Segundo Bannon, é necessário transformar em lei as medidas tomadas por Trump por meio de decretos presidenciais.

O ex-assessor cumpriu quatro meses de prisão federal entre julho e outubro de 2024 por desacatar uma intimação do Comitê Especial de 6 de Janeiro, que investigava a invasão do Capitólio em 2021. Também foi condenado a pagar multa de US$ 6,5 mil.

Desde sua libertação, uma semana antes da eleição presidencial de 2024, Bannon retomou o comando do War Room Podcast, programa influente entre apoiadores da extrema direita.

Trump havia concedido perdão presidencial a Bannon no fim de seu primeiro mandato, em 2021, no caso de fraude envolvendo a campanha “We Build the Wall”, que prometia financiar a construção do muro na fronteira com o México. O perdão, porém, cobria apenas crimes federais. Em fevereiro de 2025, Bannon declarou-se culpado das mesmas acusações na Justiça estadual de Nova York, ficando proibido de atuar em organizações sem fins lucrativos no estado.

A fala de Bannon ocorre após uma série de derrotas republicanas nas eleições estaduais de terça-feira (4). Os democratas venceram as disputas pelos governos da Virgínia e de Nova Jersey, e o deputado Zohran Mamdani foi eleito prefeito de Nova York.

O presidente Donald Trump tentou se distanciar dos resultados, afirmando nas redes sociais que as derrotas se devem a “fatores locais” e a “problemas de financiamento”, e que seu nome “não estava na cédula”.

O vice-presidente JD Vance minimizou as preocupações internas do partido, dizendo na plataforma X que seria “idiotice superdimensionar alguns resultados em estados democratas”. Ele defendeu maior mobilização de eleitores e foco em políticas domésticas para recuperar terreno nas próximas disputas.