Banqueiro é acusado de usar R$ 770 milhões de investidores para financiar vida de luxo

Atualizado em 16 de julho de 2025 às 10:12
Edwin Brant Frost IV, banqueiro acusado pela SEC de fraudar US$ 140 milhões em um suposto esquema Ponzi para bancar uma vida de luxo com dinheiro de investidores – Foto: Reprodução

O banqueiro Edwin Brant Frost IV e sua empresa First Liberty Building & Loan foram acusados pela SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, na sigla em inglês para Securities and Exchange Commission) de operar um esquema Ponzi de US$ 140 milhões (cerca de R$ 770 milhões).

Segundo a denúncia apresentada em tribunal federal em Atlanta, Frost teria mirado investidores cristãos conservadores e ativistas de direita, utilizando veículos de mídia alinhados a esse público para atrair recursos. A empresa, sediada na Geórgia, encerrou suas atividades no mês passado e publicou uma nota afirmando que os investimentos e pagamentos estavam “suspensos por tempo indeterminado”.

De acordo com a queixa, Frost arrecadou fundos oferecendo participação em empréstimos e notas promissórias com promessas de retorno entre 8% e 18% ao ano. Ele dizia que os recursos seriam usados para conceder empréstimos-ponte de curto prazo. No entanto, segundo a SEC, a partir de 2021, a empresa passou a operar como um esquema Ponzi, utilizando dinheiro de novos investidores para pagar os antigos — sem gerar receita suficiente para sustentar o modelo.

O esquema se intensificou em 2024, quando Frost ampliou sua atuação em rádios, sites e podcasts, promovendo a First Liberty como parte da chamada “economia patriota”. Ainda segundo a instituição, a empresa apresentou déficit anual de 2021 até maio de 2025, enquanto o banqueiro continuava captando recursos. O regulador também aponta que ele teria mentido sobre a segurança dos investimentos para convencer clientes a aportar ainda mais dinheiro.

Com o dinheiro desviado, o suspeito teria financiado uma vida de luxo. As acusações incluem gastos de US$ 230 mil no aluguel de uma casa de férias, US$ 140 mil em joias, US$ 20.800 em um relógio de luxo e US$ 335 mil com moedas raras. Além disso, ele teria pago US$ 2,4 milhões em cartões de crédito e doado US$ 570 mil a campanhas políticas.

Fachada da First Liberty Building & Loan, empresa acusada pela SEC de operar esquema Ponzi de US$ 140 milhões – Foto: Reprodução

Após ser entrevistado pela SEC, Frost teria retirado US$ 100 mil das contas da empresa e transferido mais de US$ 210 mil para uma empresa especializada em moedas de ouro. Diante disso, a SEC obteve autorização para congelar os ativos do banqueiro. Tentativas de contato com ele não foram bem-sucedidas, e os veículos de mídia associados à divulgação dos investimentos também não se pronunciaram.

Em nota publicada no site, a First Liberty afirma que está cooperando com as autoridades para encerrar suas operações de forma organizada.

A empresa prometeu divulgar novas atualizações em breve, mas os funcionários estão proibidos de se manifestar sobre o caso ou responder a contatos por telefone e e-mail.