Barbárie: de cabelos curtos por causa de quimioterapia, educadora sofre ataque homofóbico no Rio

Atualizado em 24 de novembro de 2018 às 19:33
Deborah Lourenço

Publicado no Facebook de Jorge Lourenço

Hoje, a minha esposa Deborah foi agredida no Centro do Rio de Janeiro. Em tratamento de um câncer de mama, ela voltava da radioterapia quando, por conta da queda de cabelo da quimioterapia, foi confundida por um imbecil com um transexual.

Foi empurrada, ameaçada e xingada de “viado de merda” por essa pessoa depois de sair do carro. A situação só não foi pior porque o guardador de carros impediu. Mas sim, está tudo bem com ela, apesar do susto.

Infelizmente, vivo no meio de gente imbecil que relativiza machismo, homofobia e transfobia. Que ainda fala de “mimimi”, que ainda fala que o Brasil é sim um país tolerante.

Homens inseguros ou fundamentalistas religiosos que normalizam o discurso de ódio, o tipo de coisa que permite imbecilidades como essa continuarem se repetindo por aí. De novo e de novo.

Não se engane você não, que é cis-hétero normativo e imagina que a onda de ódio que certos políticos e pastores pregam nunca vai chegar até você, seus parentes ou seus amigos.

Hoje, eu só agradeço por não estar do lado de Deborah quando isso aconteceu.

Porque aí a intolerância ia ser da minha parte.