Barroso ironiza elogio de Moraes à PM de SP: “O delator do PCC psicografou uma mensagem”

Atualizado em 13 de novembro de 2024 às 20:09
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) citou o assassinato de Vinícius Gritzbach para rebater elogio de Alexandre de Moraes à Polícia Militar de São Paulo. Foto: Reprodução

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ironizou um elogio de Alexandre Moraes à Polícia Militar e citou o caso de Vinícius Gritzbach, empresário e delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) morto no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) na última sexta (8). A declaração foi dada durante discussão sobre letalidade policial nesta quarta (13).

Moraes, que foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, elogiou a polícia do estado e Barroso, rindo, rebateu: “O denunciante do PCC psicografou uma mensagem aqui que não foi bem defendido pela PM de SP”. Gritzbach era escoltado por oito agentes da corporação, que deveriam estar com ele no momento em que foi alvo do atentado na última semana.

Veja:

Segundo investigações, os agentes prestavam serviço como seguranças particulares do delator do PCC. O trabalho é considerado irregular pela Polícia Militar e os oito foram afastados. Eles já eram alvo de apuração da Corregedoria da corporação.

O empresário, que assinou acordo de delação com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para ajudar na apuração sobre o esquema de lavagem de dinheiro do PCC, recusou ingressar no programa de proteção a testemunhas do órgão.

Segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Gritzbach “dizia que podia custear a própria segurança”. A defesa do empresário afirmou que ele não queria abrir mão de sua vida pessoal.

Empresário do ramo de criptomoedas, Gritzbach era considerado um “arquivo vivo” por ter atuado na lavagem de dinheiro do PCC.

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