
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, negou nesta segunda-feira (18) que pretenda antecipar sua aposentadoria. Em agenda em Cuiabá, o ministro foi questionado por jornalistas sobre os rumores de que poderia deixar a Corte após o fim de seu mandato como presidente, marcado para 29 de setembro. “Não, não estou me aposentando, não. Estou feliz da vida”, afirmou.
Barroso deixará a presidência do STF em setembro, quando Edson Fachin assumirá o comando do tribunal, mas seguirá no cargo de ministro. Ele tem mandato até 2030, quando completará 75 anos, idade limite para permanência no Supremo.
Na mesma entrevista, Barroso respondeu a críticas de setores da sociedade que acusam o Judiciário de atuar de forma autoritária. Ele rejeitou a ideia de que o Brasil viva uma “ditadura do Judiciário” e destacou as diferenças entre regimes democráticos e ditatoriais.

“Só afirma isso quem não viveu uma ditadura. Ditaduras são regimes em que há censura, tortura, exílio e aposentadorias compulsórias. Nada disso acontece no Brasil”, disse o ministro. Ele reforçou que a divergência é parte da democracia e que instituições como Supremo, Congresso e Executivo sempre serão alvo de críticas.
O ministro acrescentou que acompanha diariamente os debates públicos e afirmou ler veículos de diferentes linhas editoriais. Para ele, esse ambiente de crítica aberta reforça a vitalidade democrática do país, em contraste com regimes autoritários, onde a imprensa é silenciada.
Durante a visita a Mato Grosso, Barroso também participou de compromissos oficiais e manteve sua agenda de encontros em escolas públicas. Nessas ocasiões, ele costuma falar a estudantes sobre cidadania, valores democráticos e a importância da educação para a consolidação da democracia no Brasil.